OK, OK, ele cometeu a deselegância de casar sem mim. Não, a noiva não fui eu, mesmo. Sem rancores.
Mas que raio de vida é essa que ele leva, que não existe feriado, dia santo, domingo, nada de descanso? Que raio de escala é essa na TV, que todo mundo folga, menos ele? Qualquer que seja o dia da semana, ouço sua voz ecoando por dentro da minha casa, encontrando na minha alma sua caixa de ressonância.
Sinto saudades, muitas saudades, não esqueço, não me deixam esquecer. Nunca. Não fosse a memória traidora, que só funciona pro que não deve, a novidade é que uma grande amiga mudou-se para o mesmo flat onde ele morava. Ele está visivelmente envelhecido, mas tenho sempre a impressão daquele aspirante a poeta de tantos anos atrás, beirando os trinta, alto, imponente, taciturno.
Mesmo aos meus olhos, os anos não lhe foram camaradas, o que pra mim não tem peso algum. Em algum momento do passado, vislumbrei seriamente a possibilidade de estar com ele por longos 40 ou 50 anos, vendo-o cada dia mais envelhecido, macilento. E isso nunca diminuiu o sentimento.
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E em 15 dias estaremos não só sob o mesmo céu, mas também no mesmo DDD.
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Número 23
Declaro Jim Carrey o melhor ator do mundo.
Declaro também que Número 23 é, sem dúvida, um forte candidato ao pior filme do universo (e sei que existe cinema em outros planetas). QUE.FILME.HORRÍVEL. Mal amarrado, mal contado, roteirinho destroçado, direção mediana, fotografia lamentável. Só terminei de assistir porque não consigo deixar de saber o final das histórias (sim, TOC também).
Vislumbro mais algumas horas de bocejo. Estou no meio de Efeito Borboleta 2. Ainda bem que uns dois anos me separam do primeiro filme da série. Se tivesse acabado de assistir aquele filme quase perfeito, juro, dava um tiro no aparelho de DVD.
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Porque eu saio mesmo sem vontade
Porque tenho amigos, e eventualmente preciso vê-los. Porque preciso interagir com outros humanos, mesmo que eles ouçam jazz. Porque estou freak com filmes, e preciso diversificar meus interesses. Porque ando com vontade de ver gente bonita do sexo oposto, e embora o Portela não seja o melhor lugar para novidades, pelo menos tem o(s) de sempre. Porque lá no Portela acaba cedo, e ando bem precisada de dormir. Porque amanhã tenho que resolver milhares de coisas, e acho que meu humor vai melhorar se encontrar aqueles a quem amo.
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Por outro lado: Porque não quero sair
Porque nunca vi tantos filmes em tão pouco tempo. Porque ando mau humoradíssima. Porque viajo em exatos 15 dias e quero torrar uma grana preta na 25 de Março e no Saara. Porque não vejo mais sentido em frequentar os lugares onde as pessoas adoram fazer fofoquinhas usando o meu santo nome em vão. Porque eu sou legal, mas não tô te dando mole.
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Banho e rua. Suspiro.
D*us, por favor, fazei com que valha a pena me enfatiotar e enfrentar a turba. Obrigada.
Um comentário:
Dani,
Parabéns pelos seus textos. São fantásticos!!Sabe aquelas novelas de Manoel Carlos, se você não gosta me perdoe, mas eita autor para conseguir me prender.
Ou melhor, seus textos, com esse humor sutil e bem colocado, me lembra os livros de Marian Keys, da qual também sou fã.
Se você não se incomoda, estarei sempre fuçando por aqui.E aviso que, no último mês consegui ler quase todos os "posts".
Bjs,
Lua
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