terça-feira, janeiro 03, 2006

Eu queria saber como se sente uma pessoa sabendo que foi responsável pela morte dos sonhos da outra. Sonhos dos outros, diz uma pessoa que amei um dia, a gente segura na mão como cristal. Como é que pode, então, uma pessoa deformar a crença na humanidade de outra; como é que pode, com tanto empenho, uma pessoa destruir o delicado equilibrio mental e emocional de outra?

Como será que dorme uma pessoa que não é considerada digna de confiança, uma pessoa cuja palavra não vale mais que uma tampa de iogurte no asfalto?

Respostas primeira e última: Bem. Se sente bem e dorme bem.

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Sou mãe de um urso. A outra dos quatro dentes não pode ver um dia claro que já se assanha toda, levanta e fica me chamando no berço (a única hora em que ela me chama de mamae, sem acento, mesmo.). Virou o tempo, caiu a temperatura, choveu, ela vira pro lado, enfia a chupeta na boca e doooooooooorme a sono solto.

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Ouvir Ana Carolina não ajuda em nada.

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E depois da terapia, tudo parece maior, mas é melhor ficar sozinha, que é pra não ficar pior.

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Voltei pro regime. Tem uma calça cor-de-rosa que me espera para o próximo domingo.

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Dia de remédio é sempre melhor que os outros. Sou sempre mais ágil, mais afetiva, mais efetiva, mais centrada e mais produtiva.

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Eu queria ter porte de arma. Mas não poderia. Eu a utilizaria sem dó.
Eu queria ir embora daqui. E posso. Só não sei pra onde. Nem fazer o quê.
Eu queria voltar no tempo. Mas não posso. Não posso.

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