terça-feira, dezembro 04, 2007

Dia 3 - Quase no fim

O dia é que está quase no fim, porque o trabalho me parece que vai se estender ad infinitum.

Sim, é a segnda melhor equipe de estrangeiros com a qual já trabalhei. São uns fofos, mas com metodologia de trabalho completamente diferente da minha. Para eles, produção é gincana. Para mim, quanto mais programada e menos parecida com gincana de colégio, mais profissional é.

Mas gosto deles, gosto mais ainda da equipe de São Paulo — dos que vieram e do que l[á ficou — e consegui reunir, da Bahia, uma equipe só e somente de amigos.

Não tenho muito mais a pedir a D*us. Só a agradecer.

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Mas sim, é muito pouco tempo para um evento dese porte, estou sentindo uma falta FDP das pessoas que me colocam para cima dia após dia, meus cais de atracação.

Recebi dois presentes nessa produção. Um veio de São Paulo, é o responsável pelo broadcasting, e mesmo não tendo nada com os meus problemas de produção, faz 6, 8 DDDs para mim todos os dias para saber se estou precisando de alguma coisa, para saber se ainda estou muito pilhada — e para, com toda a paulistice, me recomendar que relaxe. Assim, sem maiores vínculos, sem nada mais que nos una que não umas boas risadas, e um senso de companheirismo que nasce da neblina das produções embaçadas.

O outro é meu motorista-assistente de produção, cara safo, do bem. Além de me fazer comer alguma coisa — após 20 horas de jejum absoluto, por pura e absoluta falta de vontade de comer sólidos —, correu comigo pelos orgãos do governo, resolveu meu problema na SUCOM, enquanto eu resolvia o problema da Prefeitura com o gatinho ao telefone.

Em todo trabalho aparecem pessoas que me suprem as necessidades de abraço, de conversar, de expor, rir e desabafar. Dessa vez, a remessa veio caprichada.

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Ao pôr-do-sol, ao telefone

Ela no terraço do hotel, eu no lobby. Ela falando, a Sem-Noção.

— Estamos gravando uns planos da cidade do alto. Estou me despedindo do sol... Me despedi do Romenildo, desejei que ele tenha uma caminhada boa, agradeci por tudo o que... o que ele me disse e fez por mim... por tudo o que ele foi aqui...

E nada mais foi dito. Debrucei sobre a ridícula mesa-anã do hotel, ela encostou a testa na balaustrada do terraço, e desabamos juntas, em longos minutos de silêncio pela linha telefônica.

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