sábado, dezembro 29, 2007

nunc obdurat et tunc curat ludo mentis aciem



Carmina Burana me tranquiliza. O crescendo da cantata, o rebuscado da melodia, a participação coordenada de cordas, sopro, percussão, tudo isso me serve de espelho da alma. É uma peça densa, intensa, de letra e melodias arrebatadoras.

Eu só ministro Carmina Burana quando estou no máximo da tempestade emocional. Quando estou no limite da razão, no limite do raciocínio, no limite de tudo. Eu só me permito degustar Burana quando não quando fraca, mas quando frenética. Quando a razão começa a perder terreno para o sentimento, quando o espírito não acompanha mais o ritmo dos pensamentos.

Hoje eu me permiti viver Carmina Burana o dia inteiro. O título do post foi minha frase de MSN hoje. Faz todo o sentido. Mas só fez sentido porque eu assim permiti. Porque eu sei — ou penso que sei — até aonde vão minhas elucubrações e onde começam os meus problemas. Embora há alguns dias eu tenha dito que perdi o controle sobre o que sinto, acho que lentamente estou retornando á sanidade.

Algumas coisas aconteceram, e me deram suporte para o turning point. Vou muito longe e muito fundo, tudo muito rápido. Se não encontro respaldo, eco, coloco os pés no chão e dou o impulso pra cima de novo. O caminho de volta dói, a descompressão não é feita no tempo adequado, mas quando chega à superfície, estou com a minha cota de arranhões, lacerações e contusões. Sempre volto viva. Sempre. De tudo.

o.O

O outro lado da moeda é que se encontro alguém que me aceite intensa e inteira como sou, subo o monte mais alto do mundo para fazer essa pessoa feliz. Vivo para sempre nas profundidades do que sinto, se estiver com alguém tão denso quanto eu.

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Essa jornada dupla cansa, mas está sensacional!

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Eu ia contar mais uma historinha da época da faculdade, intimamente ligada a Carmina Burana, mas como estou com o horário apertado, deixa para amanhã. Ou não.

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