quinta-feira, dezembro 27, 2007

Viva, sim...

Mas a que preço?

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Eu ia começar dizendo que deu tudo errado. Mas não é bem assim. Eu colho o que planto. De tudo.

O dinheiro chegou, enfim. Diz ele que a viagem foi difícil, estava muito frio lá de onde ele veio, e precisa de uns dias de quarentena. A PORRA do banco pediu um CONTRATO entre eu e a empresa que fez o pagamento, para confirmar o vínculo de trabalho. Isso significa que, na melhor de todas as hipóteses, dinheiro pra mim, só no final da próxima semana.

Passei uma hora e muito no banco, sentada na frente da minha gerente, ouvindo toda a operação de câmbio. No fim de tudo, ela começa a conversar ao telefone sobre um contrato que deveria ser apresentado. Orelhas em pé.

Eu JÁ TINHA PERGUNTADO sobre documentação exatamente pra ela. "É só vir aqui e assinar a autorização para vender os euros". E eu acreditei.

Saí de lá com a mãe das dores de cabeça, meio perdida. Dei um telefonema que graças a Deus não se completou — eu ia odiar ligar para essa pessoa naquele estado crítico, exposta, vulnerável em último grau. Por mais que essa criatura se abra para mim, nunca foi num momento de crise. Continuei andando em direção à saída do campus. Não deu. Passei por uma árvore e ali mesmo eu desabei.

Chorei por longos 15 minutos, toda dobrada, cabeça entre joelhos, soluços muitos. Não sei exatamente sob a égide de quê tenho funcionado, mas perdi alguma coisa essencial para mim nos últimos dias. Perdi a fleuma, a capacidade de passar por tudo de cabeça erguida, sem virar aquele trapo úmido que sobrou depois que consegui sair.

Não gosto nada dessa nova persona que em mim habita. Odeio, na verdade, mas pela quantidade de malas que ela trouxe, a estada é grande. Não sei quanto tempo vou aturar essa mulherzinha fresca que agora mora na minha alma.

Estou cheia de dores pelo corpo, ainda com alguma dor de cabeça, chorando por qualquer motivo. Mas vamos combinar uma coisa? O quesito "qualquer", quando aplicado a mim, nunca é tão simples assim.

O.o

Odeio sadismo. Odeio mesmo. Odeio o maltrato deliberado. O jogo tem regras — e mudá-las no meio da partida é anti-ético —, nunca as descumpra. Ou descumpro eu, e uso o Princípio Eg Jhones para sacanagens alheias.

Eu sou boazinha até um limite, e meu limite está estourando.

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Estou pensando seriamente se vou ou não para Sacre/Balcão. Não estou gostando de como me senti quando terminei uma certa conversa há pouco. Não está nos meus planos arranjar mais um problema, não a essas alturas do campeonato, com tudo acontecendo ao mesmo tempo e exatemente agora.

Ok, mais um item riscado da lista de "Coisas que perdi": o controle sobre o que sinto.

Sensacional. Agora vem um raio na cabeça, né?

O.o

Ok, se for, vou ao Sacre, pulo o Balcão e vou direto ao Pós.

Ah, não, Pós não!

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Perguntas, muitas perguntas

15 dias fora do circuito, vivendo uma realidade muito mais condizente com a minha vida, será que resolverão? Será que intensos 15 dias de trabalho, com equipes diferentes, daquelas que todo mundo chora na hora de se despedir, será que é essa a solução? Será que é o tempo que eu preciso para arrumar a casa? Ou será que só vou colocar mais um desgaste nessa minha rotina louca?

o.O

Respostas em forma de perguntas

Não, Daniela. Lembre aí: 98, 99, 2003, 2005, 2006, 2007. Alguma vez fugir adiantou? Alguma vez viajar foi a solução? Foi confortável? Foi um processo simples? Então espera para ver no que vai dar, não se jogue numa viagem insana, e não inventa moda.

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Pulou há uns dez minutos uma música do meu passado MUITO distante, e não estou me sentindo muito satisfeita com isso. Porque responde algumas coisas para as quais eu não tinha resposta. Agora as tenho, e aí? O que faço com elas?

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O pior não é nada. O pior é ouvir a Barbie Cantora da Lourinha O DIA INTEIRO.

Eu devo merecer, né?

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