Mente vazia, oficina do diabo
Academia. Noite. O novo instrutor da academia é um filé. Bonito? Não. Interessante.
Paro a seqüência na mesa abdutora, vou tomar uma água. Na volta, ele passa por mim e sorri. Eu devolvo o sorriso e digo:
—Que sorriso lindo vc tem!
—Ah, gostou? Toma pra vc!
E tira a dentadura, que sorri agora nas mãos dele.
Daniela acorda. Está parada no meio da sala de musculação com um sorriso idiota na cara, rindo de um sonho que só ela sonhou.
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Sexta-feira de glória. Fui contratada pela produtora que faz o programa que estreou na Band há duas semanas. Não contente com isso, saí de lá e fui direto pra minha TV querida, minha casa. Segundo freelancer pra empresa grande do Rio: selecionar pessoas que fazem coisas interessantes num curto intervalo de tempo.
E dessa vez fui chamada porque alguém lá em cima gosta de mim. Lá em cima no céu, lá em cima na TV. Não pq não existiam mais possibilidades. A primeira opção fui eu. Isso é que faz a vida valer a pena.
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Na hora exata em que resolvo parar a faculdade até o fim do semestre, acontecem essas viradas na minha carreira. Coisas que eu esperava há tempos, um reconhecimento de anos trabalhando a troco de pouca coisa, anos trabalhando em subcondições... Tá, o salário continua pouca coisa, mas é um caminho. O meu. O MEU caminho.
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Noite com Barata. Amigo antigo, da época da escola. Dez anos se passaram, ele casou, virou gerente de banco de investimentos, mas é impressionante como continua falando bobagens, como continua totalmente sem noção! Eu dobrei de rir com os capítulos “Barata instalando o ar condicionado”, “Barata na reunião de condomínio”, “Ketchup no moleton branco, dentro do avião” e outras pérolas do almanaque de histórias dele. Destaque para o momento "chic descontrol", com os dois comparando suas impressões de quando se hospedaram em resorts de luxo na Bahia. Ai, que saudade que eu tava!
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Gasolina do carro do Barata para rodar em busca de um bom bar:
R$ 20,00
Bolinho de queijo, duas Pepsis Light, uma cerveja, 10% do garçom:
R$ 14,00
Saber de um piti de ciuminho por minha causa:
NÃO HÁ NO MUNDO NADA QUE PAGUE!!!!
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Devoro todos os dias as letrinhas, o humor gostoso e o excelente texto do "Niguém lê essa porcaria". A autora, Fernanda, tem uma série de histórias de uma colega de trabalho muito justamente apelidada de Pinky (Pinky e Cérebro, manja, né?). Pois é. Hj me aproprio só um pouquinho do apelidinho pra minha colega de trabalho.
Na sala de trabalho, Pinky e o Lindinho Fashion.
— Eu não entendo esse negócio de gêmeo mais velho...
— Gêmeo mais velho é aquele que sai primeiro.
— Nãaaaaaaaao, gêmeo mais velho é aquele que é gerado primeiro!!!
— Pinky, se forem univitelinos, são gerados ao mesmo tempo!
— Eu aprendi na escola! Tem um negócio que o gêmeo vira na hora de sair!
A-hã...
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Aniversário do Guerreiro sempre rende boas histórias... Há muito não nos reuniamos, nós, parte da equipe do Arerê Geral, programa de auditório da TV Bahia que produzi por um ano. Regina, eu, Ed, Denise, Lucrécia, Possas, Xuxuca (vacilei, Negão, por não ter dito pra vc ir. Era pra ter chamado toda a equipe, e faltando vc e Lívia não foi a mesma coisa)... Brunch divino, daqueles que Danusa Leão (minha mestre, referência máxima do quesito "Estilo e Atitude") aprovaria sem ressalvas.
Surreal
Passa uma mulher grávida. Um querido amigo que encontrei lá, apresentador de TV, cumprimenta a moça:
— Que Nossa Senhora da Luz te dê um bom parto!
A moça grávida vai embora. Eu, baixinho no ouvido dele:
— Nossa Senhora do Bom Parto, né, Fulano?
Cai o pano. Próximo ato.
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Do mesmo amigo ainda.
Foi apresentar um festival de música de uma grande empresa. Lá pelas tantas, chegou para entrevistar um dos convidados, cantor famoso que mudou pra Bahia, defende fervorosamente a água do planeta e está careca que nem um ovo.
— E aí, Fulano, o que mudou do tempo daquela vasta cabeleira pra cá?
Diz a lenda que Fulano ainda não se refez.
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Um outro amigo que encontrei, ator, tem pavor de avião. Viajou pra não sei aonde, e lá pelas tantas, o medo lhe presenteou com um desarranjo intestinal. Foi ao banheiro, mas não travou a porta. Sentou no vaso sanitário, e como estava um barulho horrível, tapou os ouvidos com os dedos. A aeromoça abriu a porta por acidente, e vendo as mãos naquela posição berrou:
— Quer derrubar o avião, falando no celular aqui dentro???
Com as calças no joelho, esse amigo saiu atrás da aeromoça pra dar explicações. Ela apontava pra ele com as calças no joelho, e ele achando q estava sendo repreendido por estar " falando no celular".
Na viagem seguinte, todos foram de avião. Ele foi de ônibus. E aprendeu a travar a porta de qualquer banheiro.
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Acho que ganhei o meu intrutor na hora em que apertei a sua mão, disse meu nome e deixei meus olhos descobrindo os dele por mais tempo que o decoro permite.
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