terça-feira, setembro 24, 2002

Não, não havia vestígios de que o dia ia acabar assim.

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Impressionante como algumas notícias nos abalam mais do que era de se esperar. Uma pessoa muito, muito querida mesmo foi baleada. Não somos amigos. Nutrimos uma admiração enorme um pelo outro. A notícia veio na mesma velocidade da bala:

— O. foi baleado!

Ninguém sabe onde, ninguém sabe aonde. A última informação dava conta de que foram duas balas. Uma no baço, outra ninguém sabe. A eterna ignorância dos não-geminianos, que não se preocupam em apurar os detalhes antes de satisfazer a curiosidade e a preocupação dos outros viventes.

Liguei para o lugar onde trabalhamos juntos, onde ele continua, ninguém sabia de nada lá.

Amanhã. Amanhã alguém vai me dizer que ele está bem, que foi um susto, que nada vital foi afetado. Amanhã.

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Não, não apaixonei. Ainda. Só que é muito bom ser mimada, ter alguém como ele do lado para fazer carinho, para dizer q eu sou linda. Mesmo que ele seja expert em dizer isso para absolutamente todas, e todas, no caso, não é um número desprezível. Mas quando está comigo, ele me faz sentir especial, querida. E eu andava precisando disso.

Não aposto ficha nenhuma nisso. Velhos hábitos (meus e dele) insistem em não morrer.

Mas podia dar um azarão nesse páreo, né?

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