Não me lembro de outra véspera de aniversário mais estranha.
Sim, daqui a menos de três horas faço 32 anos. T-R-I-N-T-A E D-O-I-S A-N-O-S. Nem eu acredito que tanto tempo passou, que estou tão velha, nem acredito nessas rugas que insistem em brotar no canto da boca. Mesmo que só eu as veja, elas estão ali.
Foi um inferno astral louquíssimo, saboroso, cheio de reviravoltas e mudanças no final. Decerto foi o mês mais agitado e bacana do meu ano, e ainda tem metade dele vindo por aí. Ou lá vem um ano inteiro, já que meu Reveillon é hoje.
Estou em tratamento, acabei de voltar do lugar ao qual eu pertenço, estou fazendo por mim o que não fiz em 32 anos. Estou solteira, sim, o que não é sinônimo de sozinha. Minha filha é sensacional, tem um gênio do cão, é inteligentíssima, generosa e passou o último ano sem fraldas. Mini me.
Trabalho no que amo, tenho amigos novos que me fazem pensar em como vivi sem eles até hoje. Tenho amigos antigos, e essas amizades eu preservo à qualquer custo. Rompi algumas relações, reestabeleci outras, sofri com o fim de algumas amizades. Meu manequim é 38/40, minhas unhas estão um caco, meus cabelos estão uma porcaria, não consegui (AINDA) comprar meu apartamento, mas e daí? E DAÍ?
Eu conquistei coisa para caralho nesse último ano, e assim devo seguir. Se olhar pra trás, e faço isso sempre, tive o que plantei, e descubro a cada dia que minha semeadura foi das mais proveitosas.
Então, meus caros, feliz aniversário/Ano Novo pra mim, e que o ano até agora tenha sido só o ensaio pro que está vindo.
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Porque é foda ser geminiana
Estou lendo um blog, escrevendo no meu, coordenando a transferência das fotos da viagem do computador da mamãe para o meu (quase uma mudança de girafa), tratando umas outras fotos, escrevendo um email gigante para a minha irmã, de ouvidos atentos nos eventuais chiliques da outra e pegando o telefone para combinar um pré-aniversário hoje no japa.
Multitask total.
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E as coisas vão indo, sim, já sem (muitas) lágrimas, já de celular ligado, já mais ou menos de volta. O Rio ainda permeia meus sonhos, meus pensamentos vagueiam o dia inteiro por Copacabana, por Botafogo, pela Rio Branco — principalmente por lá. Tenho emails pessoais para responder, notícias para dar, novidades para contar, beijos para retribuir.
Mas não hoje. Não agora. Agora estou curtindo o luto de ter sido arrancada dos braços do meu amor. Agora estou sentindo uma falta miserável daquela luz, daquele vento, de andar pelo calçadão ouvindo a minha trilha sonora pessoal (e tirar os fones do ouvido para ouvir jazz lá pelo posto 4). Agora estou morrendo de pena de mim pela falta que sinto do azul — do céu e dos olhos, ah, aqueles olhos... —, pela saudade do sol da manhã, fraquinho e delicado.
O Rio é uma poesia diária, uma poesia sem a qual não vivo. Meu ano é composto de Rio e os intervalos.
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Em tempo
Obrigada, Santo Antônio! Acertou na mão, hein?
Um comentário:
tô sem moral...
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