sábado, julho 31, 2010

Entre céu e mar

De um lado, o mar, azul em alguns dias, cinza na maior parte deles. Do outro, céu, cinza e chuvoso em muitos desses 31 dias.

Foi o período mais esclarecedor de mim para mim mesma que eu talvez tenha tido na vida. Foi quando saí do casulo, voltei a sair eventualmente (o fluxo de trabalho obriga que seja eventualmente, mas permite que seja no dias das promoções "caipiroskas dobradas, chopp do fim do mundo").

Resolvi problemas misteriosos, produzi sem roteiro, ri muito, quase chorei algumas vezes, ganhei flores, voltei a ser feliz. Misteriosamente, no meio dessa balbúrdia, voltei a ser feliz.

Voltei a acordar de manhã com gañas de trabalhar, de fazer acontecer, de ver tudo dar certo, de matar mais um dragão na arena. Passei a esperar feliz a hora do almoço, porque ia socializar com os coleguinhas no refeitório, lugar que sempre foi o ponto alto do dia em outros carnavais, e de onde andei tão voluntariamente afastada.

O fim dessa história eu conheço. Vou continuar estupidamente feliz, neste ou em outro setor, encontrando os meus para filar a bóia das 13 horas, saindo de quando em quando para uma cervejota honesta longe da Dinha, trabalhando qual moura e ganhando qual bóia-fria.

Mas esses 31 dias ninguém tira de mim.

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Uma equipe de cavalheiros

O chefe me elogia. O coleguinha me vê murcha que nem uma flor seca, e brinca de me fazer escolher entre uma mão e outra, uma delas com um bombom-surpresa para adoçar minha vida. O outro me chama de linda. Os outros coleguinhas me chamam de Rainha da Bateria. O mais próximo me chama de "danadinha", na modalidade sussurrado. O outro elogia meu trabalho. Todos lindos, física e emocionalmente lindos.

Sério: você já trabalhou num lugar assim? Não é o Dream Team? Globetrotters da produção?

PS: escrevi ganas na grafia espanhola? É isso? E só percebi depois da publicação? Corta e copia!

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Joaquim,

Adoro encontrar comentários seus, porque sempre me jogam pra frente, sempre me fazem pensar, sempre me abrem a janela de respiração no quarto escuro.

Desde priscas eras, desde a lista do PN, você é um companheirão que atura minhas digressões, minha falta de experiência no assunto naval, minhas opinioes estapafúrdias, e agora, minha vida.

Obrigada por voltar a ser presente. O seu espaço na minha vida sempre foi cativo, mesmo sem nunca nos termos encontrado.

Um comentário:

Joaquim Mitchel disse...

Cara Danni
è Estranho, nos encontramos em eras/vidas passadas, somente assim para entender a relação de amizade que nos une.
Eu me lembro com carinho da conversa que tive com sua mãe, sim, ela abriu o coração e me mostrou quão belo e complexo é seu eu verdadeiro, eu ADORO sua mãe, ela me lembra a minha!
Mas o mais divertido de tudo, é saber que anos, milhas e mares nos separam mas que nos sentimos juntos sempre, pois antes de tudo, amigos sempre, amigos hoje.
Bjs saudosos para vc e sua cópia em miniatura (tá certo que um pouco mais agitada e mimada que vc)
JM