domingo, julho 28, 2002



O impossível aconteceu: O BOI PISOU NO MEU PÉ!
Eu sempre vaticinei isso:

— Eu não gosto de bois e cavalos pq eles pisam no pé e mordem as pessoas.

Mal sabia eu que, num dia de show tecnicamente bom, eu ia ser prensada entre o público e o Peroso. E que o Peroso, ao se virar, ia achar o meu é direito no caminho.
Como dói! Como dói uma tonelada inteira esmagando minha patinha...

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Mas ele não fez por querer. Eu estava tão sensível que quando olhei para o boi, e ele lambeu os beiços, eu quase choro. Ele não. ele não faria aquilo pra me machucar. Não ele. Não de propósito.

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Não o Peroso. O mesmo não posso dizer do Outro. Estou vendo nossa amizade escoar pelos dedos e não faço nenhum movimento. Não para deter. Acho q empurrei o sentimento para um canto, e só bati ontem. Estou magoada, e a gente só se magoa com quem ama. Mas não vou fazer um movimento em direção do resgate do que perdemos. Vou deixar que as coisas corram como estavam previstas. Se acabar, é pq tinha que acabar.

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"Tenho por princípio nunca fechar portas
Mas como mante-las abertas o tempo todo
Se em certos dias o vento quer derrubar tudo?"


Adriana Calcanhoto, Sudoeste

E o nosso tempo é curto. Um mês. É o tempo que nos resta para pegar a estrada certa. Um mês para que as nossas paralelas se encontrem no infinito. Se não for dessa vez, vamos ter que dar mais uma volta em torno do mundo para nos encontrarmos de novo. Another time, another place. Mas não resta dúvidas de que sim, vamos nos encontrar.

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