quinta-feira, agosto 22, 2002

10 anos. 10 anos passaram. 10 anos que ele decidiu que não valia a pena continuar. E parou a história por ali. A história dele. A minha história. 10 anos, Jorge. Morrer foi mais fácil.
Engraçado que 10 anos depois os olhos ainda marejam. Ainda é difícil continuar sem ele. Mesmo que eu saiba que cada um deve continuar o seu caminho. Mas é tão difícil, tão difícil, tão difícil. Tão difícil não lembrar, tão difícil deixar passar, tão difícil não sentir culpa. Tão difícil não sofrer.
Tão difícil não chorar.
E foi tão pouco. Nossa, foi tão pouco, foi tão curto o tempo... Nossa, como dói remexer nos baus que estavam jogados dentro do poço do esquecimento! Ainda dói. Dói muito.
Eu ainda não consegui entender o que é que eu preciso aprender. Não mesmo. Mas estou aqui, forte. Algumas vezes eu escolhi não seguir em frente. Segui. Continuei sem ele. Eu espero ter feito o caminho certo. Mas em dias assim...
Em dias assim é melhor ficar quieta e esperar passar. E passa, né? Passa?

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Obrigada por ontem. Obrigada, Zeba, Felipe, Luna. Obrigada por me fazer rir quando eu só queria chorar.


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