O presente que eu queria dar não foi dessa vez, meu amor. Grana, tempo, problemas, e mais uma vez não pude cumprir a minha palavra. Era pra ter desembarcado no Rio ontem, era para ter sido meu o primeiro abraço de feliz aniversário.
Egoísta que sou, queria mesmo era matar as saudades que eu sinto, queria ficar abraçada, queria deitar a cabeça no colo, queria rir dos desvarios que há tanto não ouço. Queria que você me dissesse de novo que ninguém me merece, que Fulano é um mané, que Sicrano é um idiota. Queria ver você comprando as minhas brigas de novo, mesmo sem saber que na verdade a errada era eu.
Queria ter de volta os seus pitizinhos de ciúme de mim, queria ouvir novamente o seu orgulho em dizer que sou sua produtora... por menos que tenha cuidado do seu bem estar nos últimos tempos. Sinto falta do seu mau humor eventual, do seu aquarianismo, da sua sensibilidade, da sua cumplicidade. Não se fazem Felipes todos os dias, e os exemplares genéricos vêm faltando sempre alguma coisinha. Falta sua seriedade mesclada com sua risada. Falta a minha criatividade quando junta da sua, cavalos sem freio, repentistas de piadas non sense. Falta quem jogue uma cabeça de alho no molho de tomate feito a quatro mãos. Falto eu, que não sou eu sem você. Sou um rabisco, um rascunho, versão trial. Falta você.
Repensa a vida, não bate o martelo. Está faltando um pedaço da gente. Você é uma das minhas definições de amor.
sexta-feira, janeiro 30, 2004
quinta-feira, janeiro 29, 2004
"Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio,
Num fundo de armário,
Na posta restante,
Milênios no ar
E quem sabe então o Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos"
Futuros Amantes, do Buarque
*********
Quem conseguir definir amor ganha um beijo.
Pra mim, uma das caras do amor é quando um dos seus amigos mais queridos se manda pra longe, resolve não voltar, e mesmo assim a gente continua fazendo planos para o próximo encontro. Que podia ser no próximo aniversário do tal amigo querido. Que podia ser amanhã.
E a gente continua fazendo planos de um abraço, e a saudade é tanta que o cheiro do Semiac que sempre fica no pescoço dele ainda está entranhado no meu nariz. Os dedos de quem sente falta apreendem a textura do cabelo num carinho imaginário.
Os discos voadores têm passeado desolados por cima desta cidade. Nos nossos planos, era essa a época em que eles chegariam para chorar as mágoas de galáxias outras. Os loucos patológicos andam amuados nos postos de gasolina, sentindo falta daqueles que os ouviam, daqueles com quem eles dançavam forró.
Daqueles, no plural, mesmo. Eu não frequento mais os postos com o mesmo sorriso. Aliás, é tão difícil de me encontrar nos antigos lugares onde andamos. Numa hiperealidade, o Semiac está grudado nas bombas de combustível, nos bolsos do uniforme do frentista, nos bancos dos carros que passam por mim.
Ele, aquele que tanto faz falta, passa por mim em cada daschund, em cada sotaque carioca, em cada sorriso, em cada olho marejado. Ele está comigo como uma materialização daquilo que eu mais quero.
Mais quero, mais sonho. Sonhos que sempre têm um abraço, que sempre terminam com o gosto doce, o cheiro de homem, os planos para o próximo abraço.
Que podia ser no aniversário dele. que podia ser amanhã. Amanhã, que é aniversário dele.
********
Feliz aniversário, meu amor!
Que nada é pra já
O amor não tem pressa,
Ele pode esperar em silêncio,
Num fundo de armário,
Na posta restante,
Milênios no ar
E quem sabe então o Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos"
Futuros Amantes, do Buarque
*********
Quem conseguir definir amor ganha um beijo.
Pra mim, uma das caras do amor é quando um dos seus amigos mais queridos se manda pra longe, resolve não voltar, e mesmo assim a gente continua fazendo planos para o próximo encontro. Que podia ser no próximo aniversário do tal amigo querido. Que podia ser amanhã.
E a gente continua fazendo planos de um abraço, e a saudade é tanta que o cheiro do Semiac que sempre fica no pescoço dele ainda está entranhado no meu nariz. Os dedos de quem sente falta apreendem a textura do cabelo num carinho imaginário.
Os discos voadores têm passeado desolados por cima desta cidade. Nos nossos planos, era essa a época em que eles chegariam para chorar as mágoas de galáxias outras. Os loucos patológicos andam amuados nos postos de gasolina, sentindo falta daqueles que os ouviam, daqueles com quem eles dançavam forró.
Daqueles, no plural, mesmo. Eu não frequento mais os postos com o mesmo sorriso. Aliás, é tão difícil de me encontrar nos antigos lugares onde andamos. Numa hiperealidade, o Semiac está grudado nas bombas de combustível, nos bolsos do uniforme do frentista, nos bancos dos carros que passam por mim.
Ele, aquele que tanto faz falta, passa por mim em cada daschund, em cada sotaque carioca, em cada sorriso, em cada olho marejado. Ele está comigo como uma materialização daquilo que eu mais quero.
Mais quero, mais sonho. Sonhos que sempre têm um abraço, que sempre terminam com o gosto doce, o cheiro de homem, os planos para o próximo abraço.
Que podia ser no aniversário dele. que podia ser amanhã. Amanhã, que é aniversário dele.
********
Feliz aniversário, meu amor!
Negociando cachê via Messenger, puta com a desorganização dos grandes eventos, de saco cheio da picaretagem do meio em que trabalho, lua em Áries tardiamente fazendo efeito. Sim, sei que a lua está em Touro, mas só o arianismo poderia me mover pra frente.
Não arredo pé de um centavo que me é devido, não topo trabalhar por menos do que o previamente combinado. E se encher o saco demais, minha conversa sai da esfera pessoal e cai no âmbito da Justiça.
E tenho dito.
Não arredo pé de um centavo que me é devido, não topo trabalhar por menos do que o previamente combinado. E se encher o saco demais, minha conversa sai da esfera pessoal e cai no âmbito da Justiça.
E tenho dito.
domingo, janeiro 25, 2004
Eu não quero que as pessoas pensem que eu as mantenho afastadas.
Eu só queria que as pessoas entendessem quando eu peço socorro. Que não pensassem que é birra adolescente quando minha rabugice vem à tona. Eu queria que as pessoas compreendessem o quanto é custoso me afastar de velhos padrões de comportamento. O quanto é difícil aprender a contar com os outros.
Queria muito que as pessoas soubesse que as minhas asas NÃO são como duas couraças de aço. Que eu choro mais do que as duas lágrimas que deixei ver dia desses. Que eu preciso de carinho, e acho até de mais carinho que a maioria das pessoas. Que eu não sei dizer o que eu sinto: trabalho com dados, com histórias, não com os meus sentimentos. Que eu sou mais insegura do que aparento. Que sou ciumenta, sim, e que vivo numa briga de mim comigo mesma para sublimar o monstro em que a raiva do ciúme me proporciona.
Queria que as pessoas soubessem que eu sei arrasar com um ser somente falando, mas que não uso isso nunca porque não tenho a menor intenção de destruir nada. Queria que as pessoas entendessem que sou a alma velha tentando resgatar uma parcela da vida que perdi. Queria que as pessoas se esforçassem para ouvir o que eu digo nas entrelinhas, assim como eu faço com elas.
Queria que as pessoas me ajudassem a contar com elas. Queria que as pessoas se dispusessem a me ouvir com interesse. Que as pessoas respeitassem o que eu sinto, para o bem ou para o mal. Queria que as pessoas me respeitassem mais. Queria que as pessoas não tentassem me encaixar num molde que não me cabe: eu sou isso aqui que você está vendo, salpicada de um tanto de orgulho, uma fé capenga, 1/3 de maldade em estado bruto, amor batendo surdo contra as paredes da alma, uma boa dose de prevenção, certa frieza e um racionalismo que me abandona na hora em que mais preciso.
Queria que as pessoas soubesse que na hora em que mais preciso, como hoje, por exemplo, estou sozinha. Não sobra ninguém. Não sobra racionalismo. Não sobra nem a fé. Sobro somente eu.
********
Vou voltar a dormir.
Eu só queria que as pessoas entendessem quando eu peço socorro. Que não pensassem que é birra adolescente quando minha rabugice vem à tona. Eu queria que as pessoas compreendessem o quanto é custoso me afastar de velhos padrões de comportamento. O quanto é difícil aprender a contar com os outros.
Queria muito que as pessoas soubesse que as minhas asas NÃO são como duas couraças de aço. Que eu choro mais do que as duas lágrimas que deixei ver dia desses. Que eu preciso de carinho, e acho até de mais carinho que a maioria das pessoas. Que eu não sei dizer o que eu sinto: trabalho com dados, com histórias, não com os meus sentimentos. Que eu sou mais insegura do que aparento. Que sou ciumenta, sim, e que vivo numa briga de mim comigo mesma para sublimar o monstro em que a raiva do ciúme me proporciona.
Queria que as pessoas soubessem que eu sei arrasar com um ser somente falando, mas que não uso isso nunca porque não tenho a menor intenção de destruir nada. Queria que as pessoas entendessem que sou a alma velha tentando resgatar uma parcela da vida que perdi. Queria que as pessoas se esforçassem para ouvir o que eu digo nas entrelinhas, assim como eu faço com elas.
Queria que as pessoas me ajudassem a contar com elas. Queria que as pessoas se dispusessem a me ouvir com interesse. Que as pessoas respeitassem o que eu sinto, para o bem ou para o mal. Queria que as pessoas me respeitassem mais. Queria que as pessoas não tentassem me encaixar num molde que não me cabe: eu sou isso aqui que você está vendo, salpicada de um tanto de orgulho, uma fé capenga, 1/3 de maldade em estado bruto, amor batendo surdo contra as paredes da alma, uma boa dose de prevenção, certa frieza e um racionalismo que me abandona na hora em que mais preciso.
Queria que as pessoas soubesse que na hora em que mais preciso, como hoje, por exemplo, estou sozinha. Não sobra ninguém. Não sobra racionalismo. Não sobra nem a fé. Sobro somente eu.
********
Vou voltar a dormir.
sexta-feira, janeiro 23, 2004
Aviso:
Ignorem absolutamente tudo o que foi feito e/ou dito por mim nos últimos três dias.
Se eu
.me queixei injustamente,
.te tratei mal,
.estive rabugenta,
.fui ríspida,
.pedi demissão,
.emprestei ou pedi dinheiro emprestado,
.aceitei ou neguei seu pedido de casamento,
meu mais sincero pedido de desculpas. Quanto à ironia, um pouco de mau humor, acidez, perspicácia e certa intolerância... Bom, a notícia é que (in) felizmente isso é inevitável.
Veio de fábrica.
********
Voltamos com a nossa programação normal.
Ignorem absolutamente tudo o que foi feito e/ou dito por mim nos últimos três dias.
Se eu
.me queixei injustamente,
.te tratei mal,
.estive rabugenta,
.fui ríspida,
.pedi demissão,
.emprestei ou pedi dinheiro emprestado,
.aceitei ou neguei seu pedido de casamento,
meu mais sincero pedido de desculpas. Quanto à ironia, um pouco de mau humor, acidez, perspicácia e certa intolerância... Bom, a notícia é que (in) felizmente isso é inevitável.
Veio de fábrica.
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Voltamos com a nossa programação normal.
quinta-feira, janeiro 22, 2004
Teletarot por Beatriz
Bibia, a minha bruxinha de 5 anos, é alucinada por tarot.
— Bibia, tira uma carta pensando na Dani e conta o que é.
— Tem um bicho sem boca, num lugar que tem muita planta, e esse bicho só tem olhos...
Era a carta das armadilhas...
********
Crônica de um amor
E lá vamos nós, 20 horas e meia de trabalho, pausa de 15 minutos para almoçar, almoço bom com pessoas a quem eu amo. Uma direção de cena que não estava no pacote, exaustão que vem da doação irrestrita.
Direção sempre implica em almas que se atarracham pelos olhos, em uma confiança cega. Confiança de mão dupla, eu confio que você vai conseguir, você confia em mim, sabe que eu vou tirar o seu melhor.
E o meu coração ontem estava com um entrevistado com problemas de dicção. Falando baixo, medo da câmera, medo de ser apunhalado no lugar onde mais lhe dói: a fala.
Vem, caminha comigo. Meus olhos não podem te dizer outra coisa: não me interessa a maneira como você articula as palavras. Eu quero o que lhe vai na alma. Esqueço que dos técnicos, do Rei, do mundo. Somos só nós, agora, em ritual de Chüd, conectados por algo tão poderoso que não está em palavra alguma.
Devagar eu consigo que você me explique o porquê de estar sentado à minha frente numa manhã chuvosa de quarta-feira. Aos poucos vou descobrindo que um projeto tão genial só poderia ter vindo da sua alma nobre. Não, pouco me importa se você não é belo. Pra mim, nunca houve outro homem no mundo. Só você; você e seus ideais, seus olhos presos nos meus, minha alma abarcando a sua com carinho, conduzindo por caminhos pedregosos, dor com prazer, areia colada no sangue.
Não, você não precisa repetir nada. Eu pergunto de outra maneira, sei que há muito mais da sua doçura escondida nos vãos da timidez. Como quem descobre um hieróglifo, amorosamente vou afastando as camadas de resistência que te separam de mim. Homem meu, dá o teu melhor pra mim.
Fim de frase, olhos fixos nos outros olhos, silêncio no set, luzes queimando esse amor recém-nascido. Ainda existe a magia que nos amalgamou por esses longos sete minutos. Como será sem você, agora? O que fui antes? E agora? E quem virá?
— Pra mim deu. Lata, valendo!
Acabou. O interruptor do parque de luz é acionado, desliga as lâmpadas e os nossos caminhos voltam a se bifurcar. Do nosso longo casamento de 420 segundos, sobrou uma leve impressão no sofá, as costas da sua camisa enxarcadas de suor, sexo que não tivemos, amor que comungamos. De mim sobrou um vácuo. Vou bordejar por campos frescos, verdes como o mundo que os seus olhos castanhos querem enxergar. Um abraço nos separa. Por um instante fugidio, nosso amor explode de novo, fogos colorindo somente o meu rosto e o seu.
— Obrigado.
— Eu é que te agradeço. Foi bom dirigir seu depoimento. Estou torcendo pelo seu projeto.
Porta bate, e a única vontade que eu tenho é a de virar para o lado e cochilar um pouco. Amar demais exaure.
— O senhor é o próximo entrevistado? Olá, sou a Daniela, estou dirigindo esta peça para...
********
Eu amei duas ou três vezes ao longo desse VT, ontem. Se você acha que o meu modo de praticar a direção é errado, nem me conte. Não tenho a menor intenção de me doar menos para me resguardar mais.
Bibia, a minha bruxinha de 5 anos, é alucinada por tarot.
— Bibia, tira uma carta pensando na Dani e conta o que é.
— Tem um bicho sem boca, num lugar que tem muita planta, e esse bicho só tem olhos...
Era a carta das armadilhas...
********
Crônica de um amor
E lá vamos nós, 20 horas e meia de trabalho, pausa de 15 minutos para almoçar, almoço bom com pessoas a quem eu amo. Uma direção de cena que não estava no pacote, exaustão que vem da doação irrestrita.
Direção sempre implica em almas que se atarracham pelos olhos, em uma confiança cega. Confiança de mão dupla, eu confio que você vai conseguir, você confia em mim, sabe que eu vou tirar o seu melhor.
E o meu coração ontem estava com um entrevistado com problemas de dicção. Falando baixo, medo da câmera, medo de ser apunhalado no lugar onde mais lhe dói: a fala.
Vem, caminha comigo. Meus olhos não podem te dizer outra coisa: não me interessa a maneira como você articula as palavras. Eu quero o que lhe vai na alma. Esqueço que dos técnicos, do Rei, do mundo. Somos só nós, agora, em ritual de Chüd, conectados por algo tão poderoso que não está em palavra alguma.
Devagar eu consigo que você me explique o porquê de estar sentado à minha frente numa manhã chuvosa de quarta-feira. Aos poucos vou descobrindo que um projeto tão genial só poderia ter vindo da sua alma nobre. Não, pouco me importa se você não é belo. Pra mim, nunca houve outro homem no mundo. Só você; você e seus ideais, seus olhos presos nos meus, minha alma abarcando a sua com carinho, conduzindo por caminhos pedregosos, dor com prazer, areia colada no sangue.
Não, você não precisa repetir nada. Eu pergunto de outra maneira, sei que há muito mais da sua doçura escondida nos vãos da timidez. Como quem descobre um hieróglifo, amorosamente vou afastando as camadas de resistência que te separam de mim. Homem meu, dá o teu melhor pra mim.
Fim de frase, olhos fixos nos outros olhos, silêncio no set, luzes queimando esse amor recém-nascido. Ainda existe a magia que nos amalgamou por esses longos sete minutos. Como será sem você, agora? O que fui antes? E agora? E quem virá?
— Pra mim deu. Lata, valendo!
Acabou. O interruptor do parque de luz é acionado, desliga as lâmpadas e os nossos caminhos voltam a se bifurcar. Do nosso longo casamento de 420 segundos, sobrou uma leve impressão no sofá, as costas da sua camisa enxarcadas de suor, sexo que não tivemos, amor que comungamos. De mim sobrou um vácuo. Vou bordejar por campos frescos, verdes como o mundo que os seus olhos castanhos querem enxergar. Um abraço nos separa. Por um instante fugidio, nosso amor explode de novo, fogos colorindo somente o meu rosto e o seu.
— Obrigado.
— Eu é que te agradeço. Foi bom dirigir seu depoimento. Estou torcendo pelo seu projeto.
Porta bate, e a única vontade que eu tenho é a de virar para o lado e cochilar um pouco. Amar demais exaure.
— O senhor é o próximo entrevistado? Olá, sou a Daniela, estou dirigindo esta peça para...
********
Eu amei duas ou três vezes ao longo desse VT, ontem. Se você acha que o meu modo de praticar a direção é errado, nem me conte. Não tenho a menor intenção de me doar menos para me resguardar mais.
quarta-feira, janeiro 21, 2004
Comando da Madrugada
Um grilo morando no meu quarto, aos berros. O cachorro esquizóide disparou latindo pela casa. Minha mãe às gargalhadas no computador, cujo teclado ela trata como se fosse uma máquina datilográfica, daquelas Remington 19-e-vovó-novinha. Ela espanca as teclas, bate em cada letra como se quisesse imprimir à força.
Isso tudo na noite seguinte àquela em que os meus amigos a) ligaram pra mim depois da meia-noite e b) me mandaram uma enigmática mensagem de texto, lá pela 1 e meia, com o adjunto adverbial (é?): "Do caralho!" e c) telefonaram me pedindo para descobrir se a Cantina Cortilli abre na segunda feira (abre).
Pra quem vai virar a terceira noite amanhã, era tudo de necessário. Tudo o que eu precisava: essa insônia e varizes.
Um grilo morando no meu quarto, aos berros. O cachorro esquizóide disparou latindo pela casa. Minha mãe às gargalhadas no computador, cujo teclado ela trata como se fosse uma máquina datilográfica, daquelas Remington 19-e-vovó-novinha. Ela espanca as teclas, bate em cada letra como se quisesse imprimir à força.
Isso tudo na noite seguinte àquela em que os meus amigos a) ligaram pra mim depois da meia-noite e b) me mandaram uma enigmática mensagem de texto, lá pela 1 e meia, com o adjunto adverbial (é?): "Do caralho!" e c) telefonaram me pedindo para descobrir se a Cantina Cortilli abre na segunda feira (abre).
Pra quem vai virar a terceira noite amanhã, era tudo de necessário. Tudo o que eu precisava: essa insônia e varizes.
terça-feira, janeiro 20, 2004
Quando a gente escolhe mudar, Deus sabe o quê, Deus sabe pra onde, aparecem as respostas de onde menos se espera. E sim, isso é pra você. Obrigada por ter entrado na minha vida e me presenteado com tanta coisa importante. Espero fazer jus à sua confiança e ao tempo que você dedicou a mim.
********
Resolvida que estou a domar a minha vida, pego nas rédeas da razão, no chicote da MINHA vontade, e faço com que os cavalos do querer tomem o caminho que eu quero. Quem manda na minha cocheira sou eu, meu coração não vai mais pular como um poodle afetuoso aos pés de mais ninguém. Guia curta, mordaça, e a sua felicidade quem vai definir sou eu.
********
Vou trabalhar com a mocinha mais fofa do mundo amanhã! Diz ela que vai ser a minha assistente, mas na verdade eu é que vou assisti-la na produção. Ferinha, que ainda não sabe o valor que tem. E não sabe que limão demais vai acabar com o seu estômago, sua sanidade e a sua — exuberante, quase hare krishna — alegria.
Obrigada, amiguinha, pelos dias cinzas que você tem ajudado a colorir, pela mão estendida na minha volta do inferno...
Deus, obrigada pelos pequenos presentes!
********
Resolvida que estou a domar a minha vida, pego nas rédeas da razão, no chicote da MINHA vontade, e faço com que os cavalos do querer tomem o caminho que eu quero. Quem manda na minha cocheira sou eu, meu coração não vai mais pular como um poodle afetuoso aos pés de mais ninguém. Guia curta, mordaça, e a sua felicidade quem vai definir sou eu.
********
Vou trabalhar com a mocinha mais fofa do mundo amanhã! Diz ela que vai ser a minha assistente, mas na verdade eu é que vou assisti-la na produção. Ferinha, que ainda não sabe o valor que tem. E não sabe que limão demais vai acabar com o seu estômago, sua sanidade e a sua — exuberante, quase hare krishna — alegria.
Obrigada, amiguinha, pelos dias cinzas que você tem ajudado a colorir, pela mão estendida na minha volta do inferno...
Deus, obrigada pelos pequenos presentes!
The boy with the torn in his side
The boy with the torn in his side
Behind the hatred there lies
a murderous desire for love
How can they look into my eyes,
and still they don?t believe me?
How can they hear me say those words
and still they don?t believe me?
and if they don?t believe me now,
will they ever believe me?
The boy... behind...
a plundering desire for love
How can they see the love in our eyes
and still they don?t believe us?
and after all this time
they don?t want to believe us
and if they don?t believe us now
will they ever believe us?
and when you want to live,how do you start?
when do you go?Who do you need to know?
********
E ainda sei "Please, please, please, let me get what I want", "Bigmouth Strikes Again" é uma das minhas músicas preferidas, e mais "Some girls are big than others" e a belíssima "How soon is now?".
********
Passei?
The boy with the torn in his side
Behind the hatred there lies
a murderous desire for love
How can they look into my eyes,
and still they don?t believe me?
How can they hear me say those words
and still they don?t believe me?
and if they don?t believe me now,
will they ever believe me?
The boy... behind...
a plundering desire for love
How can they see the love in our eyes
and still they don?t believe us?
and after all this time
they don?t want to believe us
and if they don?t believe us now
will they ever believe us?
and when you want to live,how do you start?
when do you go?Who do you need to know?
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E ainda sei "Please, please, please, let me get what I want", "Bigmouth Strikes Again" é uma das minhas músicas preferidas, e mais "Some girls are big than others" e a belíssima "How soon is now?".
********
Passei?
segunda-feira, janeiro 19, 2004
A água batia no teto de zinco — frio — e tentava servir de fundo musical para os meus dias sem sol. A cama me proporcionou o único abraço que eu jamais quis ao longo desses longos dois diasanos, e mergulhei no sono de gotas de chuva.
Sumi. Sumi para os meus amigos, sumi para a minha família, sumi para mim mesma. Enfurnada que estava num inferno particular, fui buscar refúgio no reino de Morpheus. Escondi minha vigília e dormi como se estivesse fugindo dos demônios. De fato.
Fugi do inferno, que fica em algum lugar entre o lado direito e o lado esquerdo do cérebro. Do meu cérebro.
Sumi. Sumi para os meus amigos, sumi para a minha família, sumi para mim mesma. Enfurnada que estava num inferno particular, fui buscar refúgio no reino de Morpheus. Escondi minha vigília e dormi como se estivesse fugindo dos demônios. De fato.
Fugi do inferno, que fica em algum lugar entre o lado direito e o lado esquerdo do cérebro. Do meu cérebro.
Ecos
— Mãe, você nunca vai poder ler Rubem Fonseca!
— Eu não sou mãe do Rubem Fonseca!
Ela venceu.
********
Está no ar...
O site com as novas fotos de viagem! Vai lá, vai!
— Mãe, você nunca vai poder ler Rubem Fonseca!
— Eu não sou mãe do Rubem Fonseca!
Ela venceu.
********
Está no ar...
O site com as novas fotos de viagem! Vai lá, vai!
sábado, janeiro 17, 2004
Ah, menino lindo, hoje faço minhas as tuas...
"Para quando eu me apaixonar, para quando eu me tornar piegas
E vou colecionar tuas fotografias de criança. Adivinhar o caminho que a tua testa sob a franja, tuas sobrancelhas e tua boca de menino sério fizeram até o dia em que nos conhecemos. Eu sei que vou ser ridícula quando te amar. Ficando acordada até às cinco, pra decorar os detalhes do teu corpo naquele cinza final da madrugada. Quero saber como você abraça o travesseiro. Se dorme de lado ou de bruços. Qual é o remédio que você guarda no fundo do armário do banheiro? Apaixonada eu fico mais piegas. E espero do teu lado sem pedir licença. Vamos assistir nossos desenhos favoritos. Vou gravar uma fita com aquela música da tua vida. Quero ser o intervalo na respiração de Annie Lennox quando ela estiver cantando no teu som, na sala do teu apartamento, com as luzes apagadas. Vou doer no teu coração, quando você escutar aquela frase de guitarra em In My Life. Ainda vou ser tua nostalgia. E eu quero te ver colocando band-aid num machucado. Cobrar o troco do pão e do leite na padaria e te pedir pra guardar no bolso. Beijar a curva do teu pescoço. Com você, não vou ter medo do escuro."
********
Sigh...
Já estou apaixonada...
"Para quando eu me apaixonar, para quando eu me tornar piegas
E vou colecionar tuas fotografias de criança. Adivinhar o caminho que a tua testa sob a franja, tuas sobrancelhas e tua boca de menino sério fizeram até o dia em que nos conhecemos. Eu sei que vou ser ridícula quando te amar. Ficando acordada até às cinco, pra decorar os detalhes do teu corpo naquele cinza final da madrugada. Quero saber como você abraça o travesseiro. Se dorme de lado ou de bruços. Qual é o remédio que você guarda no fundo do armário do banheiro? Apaixonada eu fico mais piegas. E espero do teu lado sem pedir licença. Vamos assistir nossos desenhos favoritos. Vou gravar uma fita com aquela música da tua vida. Quero ser o intervalo na respiração de Annie Lennox quando ela estiver cantando no teu som, na sala do teu apartamento, com as luzes apagadas. Vou doer no teu coração, quando você escutar aquela frase de guitarra em In My Life. Ainda vou ser tua nostalgia. E eu quero te ver colocando band-aid num machucado. Cobrar o troco do pão e do leite na padaria e te pedir pra guardar no bolso. Beijar a curva do teu pescoço. Com você, não vou ter medo do escuro."
********
Sigh...
Já estou apaixonada...
Acabo por repetir os erros de sempre. Não, não são esses braços que quero em torno de mim, e parece que o que vai me restar para o próximo inverno é isso. Não é esse rosto que quero colado ao meu, e nem de longe é esse o cheiro que me atormenta.
Não é no fundo desses olhos que quero me enxergar: quero a calidez castanha ao invés do metálico verde que me contempla agora. Essas mãos que me seguram agora em nada lembram as mãos que esquentam o trecho exato em que tocam a minha pele. Esse sorriso é lindo, mas não tem o timbre que me faz rir junto. A voz de agora não tem aquela entonação quase ímpar, que me devolve aos dias de mais sol.
Não é com ele que me preocupo a cada volta, não é com ele que sonho todas as noites. Mas é ele que me faz sofrer menos, é ele que torna as minhas dores mais distantes. Ele não me magoa, talvez porque não seja ele a quem eu quero de verdade.
Mais uma escolha? Entre deixar doer para ser absolutamente feliz depois — ou durante — e continuar no limbo de anestesia?
********
Só me acordem sexta-feira, para viajar. Oh, droga, quarta tem externa. Bom, dormir até quarta já ajuda.
********
No pain, no gain...
Mas o preço tem sido alto.
Não é no fundo desses olhos que quero me enxergar: quero a calidez castanha ao invés do metálico verde que me contempla agora. Essas mãos que me seguram agora em nada lembram as mãos que esquentam o trecho exato em que tocam a minha pele. Esse sorriso é lindo, mas não tem o timbre que me faz rir junto. A voz de agora não tem aquela entonação quase ímpar, que me devolve aos dias de mais sol.
Não é com ele que me preocupo a cada volta, não é com ele que sonho todas as noites. Mas é ele que me faz sofrer menos, é ele que torna as minhas dores mais distantes. Ele não me magoa, talvez porque não seja ele a quem eu quero de verdade.
Mais uma escolha? Entre deixar doer para ser absolutamente feliz depois — ou durante — e continuar no limbo de anestesia?
********
Só me acordem sexta-feira, para viajar. Oh, droga, quarta tem externa. Bom, dormir até quarta já ajuda.
********
No pain, no gain...
Mas o preço tem sido alto.
Eu preciso fazer escolhas, e como todo mundo, me sinto acuada. Escolha entre um e outro, escolha entre verdades, entre caminhos, entre procedimentos. Escolher amigos, escolher histórias, escolher companheiros de cama, mesa, banho e afetos.
Preciso escolher entre quais as atitudes devo tomar, sobre o que vou fazer no minuto seguinte, e quando faço, passo todo o tempo me remoendo sobre se fiz certo ou não. Preciso escolher entre um beijo e o que virá, preciso escolher entre ter medo pra sempre e me machucar de novo. Preciso escolher entre rir até estourar os pontos das feridas e ficar quieta, cicatrizando a costura feita de agulha rombuda e fios de coragem.
Para cada escolha, uma dor e um amor.
Preciso escolher entre quais as atitudes devo tomar, sobre o que vou fazer no minuto seguinte, e quando faço, passo todo o tempo me remoendo sobre se fiz certo ou não. Preciso escolher entre um beijo e o que virá, preciso escolher entre ter medo pra sempre e me machucar de novo. Preciso escolher entre rir até estourar os pontos das feridas e ficar quieta, cicatrizando a costura feita de agulha rombuda e fios de coragem.
Para cada escolha, uma dor e um amor.
terça-feira, janeiro 13, 2004
Na colônia japonesa
A mãe da Mina fala mais japônes do que português. Chegamos cabreiros, japoneses são mais austeros que os ocidentais... Bom, estamos sentados na mesa da cozinha, acompanhando o diálogo entre mãe e filha. Não entender não é nada. O bacana é ter o Cau de tradutor simultânea.
— Ih, alguém vai tomar uma surra!
— Ela falou alguma coisa sobre relógio...
Ela estava explicando o caminho para a estrada...
Arrematando: ele pegou uma caixa de remédio, e fez a tradução:
— Ingerir de 12 em 12 horas.
Era:
— Tratamento iniciado em 12 de dezembro.
***
Os ideogramas escritos na caixa, ao lado da data, e o Cau traduzindo:
— Casinha, cachorrinho, arvorezinha...
Era a indicação para administrar o remédio:
— Tomar antes de dormir.
***
A última na colônia:
— Se eu puxar uma perninha nessa casa, colocar uma vírgula nessa caixinha, uma chaminé nessa fábrica, muda o modo de uso?
A mãe da Mina fala mais japônes do que português. Chegamos cabreiros, japoneses são mais austeros que os ocidentais... Bom, estamos sentados na mesa da cozinha, acompanhando o diálogo entre mãe e filha. Não entender não é nada. O bacana é ter o Cau de tradutor simultânea.
— Ih, alguém vai tomar uma surra!
— Ela falou alguma coisa sobre relógio...
Ela estava explicando o caminho para a estrada...
Arrematando: ele pegou uma caixa de remédio, e fez a tradução:
— Ingerir de 12 em 12 horas.
Era:
— Tratamento iniciado em 12 de dezembro.
***
Os ideogramas escritos na caixa, ao lado da data, e o Cau traduzindo:
— Casinha, cachorrinho, arvorezinha...
Era a indicação para administrar o remédio:
— Tomar antes de dormir.
***
A última na colônia:
— Se eu puxar uma perninha nessa casa, colocar uma vírgula nessa caixinha, uma chaminé nessa fábrica, muda o modo de uso?
Destination: Everywhere
Quinta feira:
— Vamos?
— Vamos!
Sexta feira:
Aluguel do carro. Jantar para recuperar a sanidade. Planejamento de viagem. Nessa ordem.
Sábado, 4:50 a:
— Quem raios teve a idéia de viajar às cinco?
Tinha sido eu, o que não me impedia de resmungar que não era cristão acordar a essa hora pra lazer. Cinco da manhã eu já estava pronta, com a minha bagagem pronta, esperando a carruagem no playground do prédio. Hora estimada de chegada em Itabuna: 10 da manhã.
— Mas a gente vai rapidinho em Mata de São João, deixa a cadela da Mina lá, e pega a estrada.
Cau e eu no carro, apanha Mônica, depois Mina e Lua e estrada. Tolinhos... Fomos até a colônia japonesa para deixar a Lua com a "avó", mas só pegamos a BR 101 às 10:10. Ajuste de relógios: chegada em Itabuna programada para 3:30 p. Chegamos na marca.
Quinta feira:
— Vamos?
— Vamos!
Sexta feira:
Aluguel do carro. Jantar para recuperar a sanidade. Planejamento de viagem. Nessa ordem.
Sábado, 4:50 a:
— Quem raios teve a idéia de viajar às cinco?
Tinha sido eu, o que não me impedia de resmungar que não era cristão acordar a essa hora pra lazer. Cinco da manhã eu já estava pronta, com a minha bagagem pronta, esperando a carruagem no playground do prédio. Hora estimada de chegada em Itabuna: 10 da manhã.
— Mas a gente vai rapidinho em Mata de São João, deixa a cadela da Mina lá, e pega a estrada.
Cau e eu no carro, apanha Mônica, depois Mina e Lua e estrada. Tolinhos... Fomos até a colônia japonesa para deixar a Lua com a "avó", mas só pegamos a BR 101 às 10:10. Ajuste de relógios: chegada em Itabuna programada para 3:30 p. Chegamos na marca.
segunda-feira, janeiro 12, 2004
Voltei.
********
Pessoas novas passeando por aqui, e eu nem estava para arrumar a casa... Mas voltei, viu?
********
De onde? Bom, digamos que levei 7 horas para completar um percurso de 14 quilômetros. E que deve ter sido a segunda melhor viagem da minha vida.
********
A primeira melhor? A próxima, quinta-feira. E não, não é a trabalho.
********
Pessoas novas passeando por aqui, e eu nem estava para arrumar a casa... Mas voltei, viu?
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De onde? Bom, digamos que levei 7 horas para completar um percurso de 14 quilômetros. E que deve ter sido a segunda melhor viagem da minha vida.
********
A primeira melhor? A próxima, quinta-feira. E não, não é a trabalho.
sexta-feira, janeiro 09, 2004
Não tenho mais idade para fazer farra. Não tenho mais idade para sair de casa às 9:30 e voltar às 6:00 do dia seguinte. Mas tenho idade suficiente para passar horas sentada com o meu amigo querido na caixa de telefone do outro lado da rua, vendo o dia nacer, falando e ouvindo — mais ouvindo que falando — descalça, em posição de lótus.
Tenho idade para ficar vendo os navios passando, do alto do meu reino, governante da minha própria ilha, a receber um nobre convidado. Posso, sim, mostrar meus segredos para esse que veio me ver, amigo querido que veio galopando numa noite de lua. Posso dividir o meu lugar favorito com ele, posso ficar balançando as folhas de mato para molhar os pés enquanto espero o dia terminar.
Posso, sim, ser recebida com a maior alegria do mundo pelo meu cachorro ainda na garagem, antes de mergulhar para as profundezas do apartamento sem fim.
Tenho idade para ficar vendo os navios passando, do alto do meu reino, governante da minha própria ilha, a receber um nobre convidado. Posso, sim, mostrar meus segredos para esse que veio me ver, amigo querido que veio galopando numa noite de lua. Posso dividir o meu lugar favorito com ele, posso ficar balançando as folhas de mato para molhar os pés enquanto espero o dia terminar.
Posso, sim, ser recebida com a maior alegria do mundo pelo meu cachorro ainda na garagem, antes de mergulhar para as profundezas do apartamento sem fim.
quinta-feira, janeiro 08, 2004
Copiado do blog do Léo. Leiam inteiro e fiquem putos, como eu fiquei!
Segunda-feira, Janeiro 05, 2004
OS ÚLTIMOS DIAS
Estive fora do ar. Em todos os sentidos. No dia primeiro do ano sai só pra comer uns caranguejos na praia. Estava cansado e não tinha ânimo pra muita coisa. O Reveillon foi ótimo mas cansativo. cantei com a Blitz um pouquinho. Foi ótimo. No dia seguinte queria comer e voltar para o hotel. E assim se sucedeu. Dormi cedo e acordei cedo no dia 2. Não sei a razão mas enquanto estive em Fortaleza acordei muito mais cedo que o habitual.
No dia 2 acordei me sentindo mal mas mesmo assim sai. fui ao mercado central. Chegando lá a coisa piorou e tive que voltar às pressas para o hotel, o que é meio impossível pois o hotel fica afastado da cidade. No caminho vomitei umas 3 vezes. Chegando ao hotel a coisa piorou e chegou uma hora em que pensei que fosse morrer. Estirei toda a musculatura abdominal de tanto vomitar e estava zonzo, com a pressão muito alta, febre etc. Pedi uma ambulância. ia demorar. Um casal de amigos, Sérgio e Geni, foram ao hotel me buscar e me levaram ao hospital. Fiquei lá até agora há pouco. Saí pra o aeroporto. Passei três dias lá. No segundo já estava bom da gastroenterite mas aí fiquei mal por causa de uma gripe daquelas. cuspindo sangue, febre alta, o corpo todo dolorido e dificuldade de respirar.
Cheguei ao aeroporto com uma carta do médico dizendo o que eu tinha tido, os cuidados que precisava etc. Mostrei ao pessoal da Varig no intuito de que me desse o tratamento de praxe que é dado aos que viajam doentes. E não é que na hora do avião decolar chamam o meu nome algumas vezes no alto-falante do avião? Imaginei que fosse me mudar para um assento mais confortável. Não, queriam me tirar do avião pois o idiota do piloto não sabe a diferença entre infecção e contagioso. com isso ele resolveu que eu não podia estar no avião. Porque tinha tido uma infecção alimentar e que já estava tratada. E olha que eu ainda fui de lenço sobre a boca para não espalhar a gripe para os outros passageiros.
Com essa confusão o vôo atrasou e todos os 120 passageiros começaram a me culpar. Um imbecil de um aeromoço me explicou que o médico tinha dito que eu estava apto a deixar o hospital e voltar para casa mas não determinava o veículo que eu deveria usar!!!!! Na cabeça do imbecil da varig o médico tinha que dizer ¿o paciente pode voltar para casa de moto, bicicleta, carro , avião e helicóptero, mas barco não¿. Dá pra acreditar?
A infelicidade do piloto da Varig, a quem pretendo processar por constrangimento entre outras coisas, chama-se Bacari. Comandante Baleiro.
Veio o cara da Varig que embarca os passageiros, um da terra, e disse que o avião já estava atrasado e que ele não ia prejudicar 120 pessoas por minha causa. Ao que eu indaguei: e se eu digo que a minha doença não é e nem nunca foi contagiosa, aliás isso não consta do relatório médico, porque é que eu obrigatoriamente tenho que estar mentindo? Disseram que as regras não eram da Varig mas da Anvisa. E eu lá, com um febrão e querendo meter um murro na cara do imbecil do aeromoço. Detalhe: ninguém foi educado ou simpático. Arrogância o tempo todo. como seu eu fosse um terrorista e estivesse a fim de contaminar o vôo. E a aeromoça, quando indaguei que aquela carta era para me darem melhores cuidados e não para piorar o tratamento: mas o senhor tem entender que o senhor está colocando em risco a saúde de todos os nossos passageiros. Era loura. Mas os outros eram morenos e tão burros quanto ela. O que hão muda nada.
Chegou a moça da Anvisa. Leu o papel e exclamou: o que está escrito aqui não diz de modo nenhum que ele não pode embarcar! É um absurdo, claro que ele pode viajar. Aí todos desarmaram e mandaram ela para a cabine do piloto. Isso durou mais uns dez minutos. O Comandante Baleiro, que já tinha sido grosseiro dizendo a mim ¿o que é que você entende de vigilância sanitária? E se negado a dar mais atenção a mim, batendo a porta da cabine na minha cara, teve muito argumento para tentar convencer a médica da Anvisa de que ele sabia ler um laudo melhor que ela. Não conseguiu. Sendo assim teria que me deixar voar. Achou mais uma desculpa: disse que o tal cpap, o aparelho que uso para dormir, não podia estar embarcado na cabine. Mais um pouco de sensatez da moça da vigilância sanitária fez com que o boçal entendesse que ele era só um boçal autoritário e preconceituoso. E como tal, simplesmente tocou o barco e ninguém, mas ninguém, me pediu desculpas pelo transtorno. Foram super gente-finas, na visão deles, e quebraram o meu galho mas é só dessa vez.
Que vergonha de ser brasileiro nestas horas.
vou processar esses filhos da puta. Deixa passar a minha febre.
posted by LEO JAIME 1:26 PM
Segunda-feira, Janeiro 05, 2004
OS ÚLTIMOS DIAS
Estive fora do ar. Em todos os sentidos. No dia primeiro do ano sai só pra comer uns caranguejos na praia. Estava cansado e não tinha ânimo pra muita coisa. O Reveillon foi ótimo mas cansativo. cantei com a Blitz um pouquinho. Foi ótimo. No dia seguinte queria comer e voltar para o hotel. E assim se sucedeu. Dormi cedo e acordei cedo no dia 2. Não sei a razão mas enquanto estive em Fortaleza acordei muito mais cedo que o habitual.
No dia 2 acordei me sentindo mal mas mesmo assim sai. fui ao mercado central. Chegando lá a coisa piorou e tive que voltar às pressas para o hotel, o que é meio impossível pois o hotel fica afastado da cidade. No caminho vomitei umas 3 vezes. Chegando ao hotel a coisa piorou e chegou uma hora em que pensei que fosse morrer. Estirei toda a musculatura abdominal de tanto vomitar e estava zonzo, com a pressão muito alta, febre etc. Pedi uma ambulância. ia demorar. Um casal de amigos, Sérgio e Geni, foram ao hotel me buscar e me levaram ao hospital. Fiquei lá até agora há pouco. Saí pra o aeroporto. Passei três dias lá. No segundo já estava bom da gastroenterite mas aí fiquei mal por causa de uma gripe daquelas. cuspindo sangue, febre alta, o corpo todo dolorido e dificuldade de respirar.
Cheguei ao aeroporto com uma carta do médico dizendo o que eu tinha tido, os cuidados que precisava etc. Mostrei ao pessoal da Varig no intuito de que me desse o tratamento de praxe que é dado aos que viajam doentes. E não é que na hora do avião decolar chamam o meu nome algumas vezes no alto-falante do avião? Imaginei que fosse me mudar para um assento mais confortável. Não, queriam me tirar do avião pois o idiota do piloto não sabe a diferença entre infecção e contagioso. com isso ele resolveu que eu não podia estar no avião. Porque tinha tido uma infecção alimentar e que já estava tratada. E olha que eu ainda fui de lenço sobre a boca para não espalhar a gripe para os outros passageiros.
Com essa confusão o vôo atrasou e todos os 120 passageiros começaram a me culpar. Um imbecil de um aeromoço me explicou que o médico tinha dito que eu estava apto a deixar o hospital e voltar para casa mas não determinava o veículo que eu deveria usar!!!!! Na cabeça do imbecil da varig o médico tinha que dizer ¿o paciente pode voltar para casa de moto, bicicleta, carro , avião e helicóptero, mas barco não¿. Dá pra acreditar?
A infelicidade do piloto da Varig, a quem pretendo processar por constrangimento entre outras coisas, chama-se Bacari. Comandante Baleiro.
Veio o cara da Varig que embarca os passageiros, um da terra, e disse que o avião já estava atrasado e que ele não ia prejudicar 120 pessoas por minha causa. Ao que eu indaguei: e se eu digo que a minha doença não é e nem nunca foi contagiosa, aliás isso não consta do relatório médico, porque é que eu obrigatoriamente tenho que estar mentindo? Disseram que as regras não eram da Varig mas da Anvisa. E eu lá, com um febrão e querendo meter um murro na cara do imbecil do aeromoço. Detalhe: ninguém foi educado ou simpático. Arrogância o tempo todo. como seu eu fosse um terrorista e estivesse a fim de contaminar o vôo. E a aeromoça, quando indaguei que aquela carta era para me darem melhores cuidados e não para piorar o tratamento: mas o senhor tem entender que o senhor está colocando em risco a saúde de todos os nossos passageiros. Era loura. Mas os outros eram morenos e tão burros quanto ela. O que hão muda nada.
Chegou a moça da Anvisa. Leu o papel e exclamou: o que está escrito aqui não diz de modo nenhum que ele não pode embarcar! É um absurdo, claro que ele pode viajar. Aí todos desarmaram e mandaram ela para a cabine do piloto. Isso durou mais uns dez minutos. O Comandante Baleiro, que já tinha sido grosseiro dizendo a mim ¿o que é que você entende de vigilância sanitária? E se negado a dar mais atenção a mim, batendo a porta da cabine na minha cara, teve muito argumento para tentar convencer a médica da Anvisa de que ele sabia ler um laudo melhor que ela. Não conseguiu. Sendo assim teria que me deixar voar. Achou mais uma desculpa: disse que o tal cpap, o aparelho que uso para dormir, não podia estar embarcado na cabine. Mais um pouco de sensatez da moça da vigilância sanitária fez com que o boçal entendesse que ele era só um boçal autoritário e preconceituoso. E como tal, simplesmente tocou o barco e ninguém, mas ninguém, me pediu desculpas pelo transtorno. Foram super gente-finas, na visão deles, e quebraram o meu galho mas é só dessa vez.
Que vergonha de ser brasileiro nestas horas.
vou processar esses filhos da puta. Deixa passar a minha febre.
posted by LEO JAIME 1:26 PM
quarta-feira, janeiro 07, 2004
Coisa que eu precisava ver antes de morrer
Sala de casa. Mamãe no computador, vovó costurando. Vovó, de 87 anos, para a mamãe, de 56:
— Você vai experimentar isso a que horas?
— Vou tomar um banho daqui a pouco para experimentar...
— Então você vai tomar banho agora!
VINGADA!!! Minha avó mandou minha mãe tomar banho como se ela não tivesse mais de 8 anos!!!
********
Eu tava triste, tristinha
Mais solitária que um paulistano...
Baleiro
Sala de casa. Mamãe no computador, vovó costurando. Vovó, de 87 anos, para a mamãe, de 56:
— Você vai experimentar isso a que horas?
— Vou tomar um banho daqui a pouco para experimentar...
— Então você vai tomar banho agora!
VINGADA!!! Minha avó mandou minha mãe tomar banho como se ela não tivesse mais de 8 anos!!!
********
Eu tava triste, tristinha
Mais solitária que um paulistano...
Baleiro
terça-feira, janeiro 06, 2004
— Speak slowly!
Telefonema de rotina, "E aí, Everalda, está melhor?", e quando dou por mim, estou exercitando o inglês que não tenho com um dos homens mais bonitos que já vi.
— Quanto tempo esperamos por isso, M.?
— Um longo ano.
E sim, vamos sair amanhã, brindar essa reciclagem de amizade, carinho que nasceu em preto e branco, com verdana em corpo 10. Tremi, menina boba, sintoma de paixonite pueril, doce, daquelas que dava saudade de sentir.
********
Pode ser que agora eu saia daquele vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi.
********
Café Piaf, primeiro com um homem a quem amo irrestrita e permissivamente. Logo depois, outro homem que faz parte da minha lista de amores. Risos, muitos, tristezinha, piadas non sense, alma lavada. Porque eu realmente não sou uma ilha: não fossem eles, eu tinha minguado em noite de lua cheia.
Telefonema de rotina, "E aí, Everalda, está melhor?", e quando dou por mim, estou exercitando o inglês que não tenho com um dos homens mais bonitos que já vi.
— Quanto tempo esperamos por isso, M.?
— Um longo ano.
E sim, vamos sair amanhã, brindar essa reciclagem de amizade, carinho que nasceu em preto e branco, com verdana em corpo 10. Tremi, menina boba, sintoma de paixonite pueril, doce, daquelas que dava saudade de sentir.
********
Pode ser que agora eu saia daquele vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi.
********
Café Piaf, primeiro com um homem a quem amo irrestrita e permissivamente. Logo depois, outro homem que faz parte da minha lista de amores. Risos, muitos, tristezinha, piadas non sense, alma lavada. Porque eu realmente não sou uma ilha: não fossem eles, eu tinha minguado em noite de lua cheia.
segunda-feira, janeiro 05, 2004
Drops at night
Chova ou faça sol, eu durmo com o meu edredon. Se não servir pra cobrir, eu faço um bolinho e durmo abraçada com ele. Noite passada, com o sono intermitente, depois de muito abraçar o edredon (ele estava carente, não eu...), consegui dormir mais ou menos. Acordei, dormi, acordei, dormi... E quando dei por mim, tinha enrolado o edredon todo em volta do pescoço.
Último — e único — pensamento lúcido:
— Que bacana, fiz um colar cervical!
********
Tudo tem um limite
— Vou te passar por email o material, você me dá o seu endereço?
— Claro... Como meu sobrenome é complicadinho, vou soletrar com palavras. É só a primeira letra de cada palavra, certo?
— Certo!
— delta, hotel, echo, novembro, novembro, india, novembro, golf, arroba, superig ponto com ponto br. Tudo Ok?
— Ok!
Passa o tempo, passa...
— Oi, querida, estou esperando ainda o email...
— Ah, Daniela, que bom você ligou! O email está voltando...
— Voz de Morta, vamos conferir o endereço?
— de, aga, é, ene, ene, i, ene, golf, arroba....
— Voz de Morta, o golf era só o G...
— Ahhhhhhhhhhh! Vou consertar!!!
E enfim o email chegou...
********
Falando em email...
Jorge Furtado, além do meu respeito e da minha admiração, você agora tem a minha gratidão. Obrigada!
Chova ou faça sol, eu durmo com o meu edredon. Se não servir pra cobrir, eu faço um bolinho e durmo abraçada com ele. Noite passada, com o sono intermitente, depois de muito abraçar o edredon (ele estava carente, não eu...), consegui dormir mais ou menos. Acordei, dormi, acordei, dormi... E quando dei por mim, tinha enrolado o edredon todo em volta do pescoço.
Último — e único — pensamento lúcido:
— Que bacana, fiz um colar cervical!
********
Tudo tem um limite
— Vou te passar por email o material, você me dá o seu endereço?
— Claro... Como meu sobrenome é complicadinho, vou soletrar com palavras. É só a primeira letra de cada palavra, certo?
— Certo!
— delta, hotel, echo, novembro, novembro, india, novembro, golf, arroba, superig ponto com ponto br. Tudo Ok?
— Ok!
Passa o tempo, passa...
— Oi, querida, estou esperando ainda o email...
— Ah, Daniela, que bom você ligou! O email está voltando...
— Voz de Morta, vamos conferir o endereço?
— de, aga, é, ene, ene, i, ene, golf, arroba....
— Voz de Morta, o golf era só o G...
— Ahhhhhhhhhhh! Vou consertar!!!
E enfim o email chegou...
********
Falando em email...
Jorge Furtado, além do meu respeito e da minha admiração, você agora tem a minha gratidão. Obrigada!
domingo, janeiro 04, 2004
"Ah, se eu fosse um marinheiro
Era eu quem tinha partido!"
Maresia - Calcanhoto
********
— Deus, se for pra eu ficar mais um pouco, me dá um sinal!
E vamos nós, livro de 700 e tantas páginas sob o braço, óculos novos nos olhos, cara de sono, cheiro de protetor solar em torno de mim, único elemento que me traz de volta à estação em que estamos. Cheiro bom, de dias outros, quando o sol não envelhecia a pele, e nós não enrugariamos jamais. O amor ia durar mais tempo, os sonhos estavam fresquinhos, e pouco antes, o filho do mar tinha entrado na minha vida.
E hoje, no playground do meu prédio, entabulava um diálogo comigo mesma. Estabelecia novas receitas para a vida, fazia promessas que não vou cumprir. Jurava que ia pendurar minhas roupas, voltar pro regime, terminar a faculdade, comprar um apartamento ao invés de um barco. Prometi também que vou fazer medtação todos os dias, dar mais atenção à minha vida espiritual, ouvir mais, falar menos, criar as condições para ter um filho. Virar gente grande.
E nessa diatribe, tive o privilégio de ver o sol caindo, o céu em todas as tonalidades do azul, o mar esticado e com vincos de veludo, quente como tal. Mais uma anotação: voltar a mergulhar. Brilho no céu, não faço o pedido para a primeira estrela da noite. Ainda estou fazendo o planejamento do ano, o que eu poderia pedir?
Filho do Mar! De longe, recortado contra os faróis dos carros, ele e "Deus" vêm da praia, hábito que só eu acompanho há 15 anos. Nadam uns 4 quilômetros no mar, depois voltam para casa caminhando. Coração na mão, tentando pular para o chão. Se eu deixo, o bandido do coração vai saltitar aos pés dele, qual poodle feliz. Quase sinto os meus dedos passando pelas costas dele, conheço de cor a firmeza das suas coxas, cada caho dos seus cabelos. Conheço o seu caminhar, altaneiro, pé após pé, vencendo pedrinhas da calçada. Braço após braço, ano após ano, onda após onda.
Filho do Mar, cujo nome começa com F, dileto de Yemanjá, fruto do mar ao qual não tenho alergia. Tanto, tanto tempo sem nos encontrar, hoje descubro que fiz a opção errada ano passado. Mas como poderia saber, depois de ver nossas vidas se cruzando num infinito que já dura 15 anos, retas que nunca deixaram de correr juntas? Deveria ter vendido a passagem para a minha Pasárgada e torrado o dinheiro com um final de semana com ele no resort da Praia do Forte.
Deixa. O que tem que ser, é. Minha cabeça acompanhou sua passagem, olhos que retomaram o namoro por um minuto ou dois. Juntei meus alfarrábios, e fiz mais duas anotações mentais:
.entrar na natação;
.pensar seriamente em levar um relacionamento a sério.
Eu realmente vou me esforçar para fazer tudo certo, agora.
Era eu quem tinha partido!"
Maresia - Calcanhoto
********
— Deus, se for pra eu ficar mais um pouco, me dá um sinal!
E vamos nós, livro de 700 e tantas páginas sob o braço, óculos novos nos olhos, cara de sono, cheiro de protetor solar em torno de mim, único elemento que me traz de volta à estação em que estamos. Cheiro bom, de dias outros, quando o sol não envelhecia a pele, e nós não enrugariamos jamais. O amor ia durar mais tempo, os sonhos estavam fresquinhos, e pouco antes, o filho do mar tinha entrado na minha vida.
E hoje, no playground do meu prédio, entabulava um diálogo comigo mesma. Estabelecia novas receitas para a vida, fazia promessas que não vou cumprir. Jurava que ia pendurar minhas roupas, voltar pro regime, terminar a faculdade, comprar um apartamento ao invés de um barco. Prometi também que vou fazer medtação todos os dias, dar mais atenção à minha vida espiritual, ouvir mais, falar menos, criar as condições para ter um filho. Virar gente grande.
E nessa diatribe, tive o privilégio de ver o sol caindo, o céu em todas as tonalidades do azul, o mar esticado e com vincos de veludo, quente como tal. Mais uma anotação: voltar a mergulhar. Brilho no céu, não faço o pedido para a primeira estrela da noite. Ainda estou fazendo o planejamento do ano, o que eu poderia pedir?
Filho do Mar! De longe, recortado contra os faróis dos carros, ele e "Deus" vêm da praia, hábito que só eu acompanho há 15 anos. Nadam uns 4 quilômetros no mar, depois voltam para casa caminhando. Coração na mão, tentando pular para o chão. Se eu deixo, o bandido do coração vai saltitar aos pés dele, qual poodle feliz. Quase sinto os meus dedos passando pelas costas dele, conheço de cor a firmeza das suas coxas, cada caho dos seus cabelos. Conheço o seu caminhar, altaneiro, pé após pé, vencendo pedrinhas da calçada. Braço após braço, ano após ano, onda após onda.
Filho do Mar, cujo nome começa com F, dileto de Yemanjá, fruto do mar ao qual não tenho alergia. Tanto, tanto tempo sem nos encontrar, hoje descubro que fiz a opção errada ano passado. Mas como poderia saber, depois de ver nossas vidas se cruzando num infinito que já dura 15 anos, retas que nunca deixaram de correr juntas? Deveria ter vendido a passagem para a minha Pasárgada e torrado o dinheiro com um final de semana com ele no resort da Praia do Forte.
Deixa. O que tem que ser, é. Minha cabeça acompanhou sua passagem, olhos que retomaram o namoro por um minuto ou dois. Juntei meus alfarrábios, e fiz mais duas anotações mentais:
.entrar na natação;
.pensar seriamente em levar um relacionamento a sério.
Eu realmente vou me esforçar para fazer tudo certo, agora.
Desculpaê, cambada!
Gêmeos
Preserve a leveza de espírito, pois a vida entre o céu e a terra foi feita para brincar, nada é proibido nela. Mesmo que vozes furiosas se levantem para se opor a esta afirmação, no fundo sua alma infantil reconhece a verdade.
Recaado dado?
********
Começou ontem: recebi o roteiro de ANCHIETANOS! Seis anos e meio depois, eu posso fazer a citação do texto entre aspas!!! Carlos Gerbase, o dia em que eu ganhar o Oscar de Melhor Alguma Coisa, o primeiro a quem eu agradeço é você!
E hoje... Bom, eu vaticinei num telefonema para uma alma plena e linda, ontem: eu vou aceitar as desculpas e vou voltar ao bom humor antes da terça feira. Pois é, menina linda, acho que os dias de narcolepsia estão acabando...
Vou tomar meu breakfast e reaprender a dirigir...
Gêmeos
Preserve a leveza de espírito, pois a vida entre o céu e a terra foi feita para brincar, nada é proibido nela. Mesmo que vozes furiosas se levantem para se opor a esta afirmação, no fundo sua alma infantil reconhece a verdade.
Recaado dado?
********
Começou ontem: recebi o roteiro de ANCHIETANOS! Seis anos e meio depois, eu posso fazer a citação do texto entre aspas!!! Carlos Gerbase, o dia em que eu ganhar o Oscar de Melhor Alguma Coisa, o primeiro a quem eu agradeço é você!
E hoje... Bom, eu vaticinei num telefonema para uma alma plena e linda, ontem: eu vou aceitar as desculpas e vou voltar ao bom humor antes da terça feira. Pois é, menina linda, acho que os dias de narcolepsia estão acabando...
Vou tomar meu breakfast e reaprender a dirigir...
sábado, janeiro 03, 2004
Copy and Paste de novo
Desta vez, do delicioso, singelo, bem-humorado M. Valois:
Um pequeno mantra dance:
Tudo vai dar certo
Tudo vai dar sorte
Tudo vai ser bom
Tudo vai ser forte
********
Neguei um pedido de seqüestro. Vou ficar aqui, procurando mais um livro de 400 páginas por dia para poder fazer alguma coisa além de dormir. Vou deixar minhas pequenas aproveitando os suaves e longos dias de infância, sem ter uma tia Dani lamurienta por perto. Tia Dani escondida entre as sombras, empunhando um cigarro para se defender do mundo, puta de reality show de vestidinho e óculos escuros, a falar mal da vida.
Bela espada que resolvi usar para lacerar os dissabores. Espada branca que se desfaz a cada dez minutos. Única arma que perde a têmpera durante a forja. Talvez por isso eu continue sendo atacada, e me esconda atrás do sono initerrupto, do suor ácido que escorre garganta abaixo, azedando o meu paladar anestesiado. Meu sabre é uma farsa fenixiniana.
********
Bad, bad girls, come with me, come with me!
Fotos: Getty Images
Sim, vou ficar em casa, sim. Não, não vou passar o final de semana fora. Queria muito ver minhas amiguinhas de quatro anos, minhas pequenas queridas, mas vou continuar recolhida. Convalescença. Repouso pós-cirúrgico: se mexer demais, estouram os pontos, sangra tudo de novo, infecciona. E tudo o que mais preciso na vida é iniciar a semana forte, descansada, invulnerável.
Foram balas demais trespassando o meu corpo em exatos 365 dias. Foi dor demais, foi aprendizado demais, foi muita preocupação com os outros e comigo nada. São exa(us)tos 365 dias de tiros covardes, dados pelas costas; de cenas de umbiguismo explícto, de tentativas de elevar o espírito e sublimar o resto.
Sublimar o caralho. Chega de ser boazinha, chega de ser a bobinha de pink e tatuagem de bichinho. Vou entrar no ringue com pintura de guerra, vou atropelar quem estiver na frente, vou aplainar o terreno ao invés de adaptar a minha arquitetura a ele. Vou comprar uma patrola ao invés de uma moto, e vou brincar de Carmaggedon real. Vou marcar cada baixa no meu fuzil, vou ser condecorada ao final de cada batalha como a que mais exterminou o inimigo. Quem quer que seja o inimigo. Vou cuspir na cara dos cadávers que se fizerem ao chão pelo meu caminho. Vou escurecer os campos com o sangue dos outros. Versão brasileira de Arapusca, a Rainha Negra. Não tenho mais uma gota de piedade dos mais fracos. Ninguém nunca complacente comigo, é a ordem natural das coisas.
Não, não vou arranjar desculpas. Não estou bem e acabou.
********
Pronto: virei serial killer!
********
Pra ninguém dizer que sou só mal humorada.
Clique, oras!
Desta vez, do delicioso, singelo, bem-humorado M. Valois:
Um pequeno mantra dance:
Tudo vai dar certo
Tudo vai dar sorte
Tudo vai ser bom
Tudo vai ser forte
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Neguei um pedido de seqüestro. Vou ficar aqui, procurando mais um livro de 400 páginas por dia para poder fazer alguma coisa além de dormir. Vou deixar minhas pequenas aproveitando os suaves e longos dias de infância, sem ter uma tia Dani lamurienta por perto. Tia Dani escondida entre as sombras, empunhando um cigarro para se defender do mundo, puta de reality show de vestidinho e óculos escuros, a falar mal da vida.
Bela espada que resolvi usar para lacerar os dissabores. Espada branca que se desfaz a cada dez minutos. Única arma que perde a têmpera durante a forja. Talvez por isso eu continue sendo atacada, e me esconda atrás do sono initerrupto, do suor ácido que escorre garganta abaixo, azedando o meu paladar anestesiado. Meu sabre é uma farsa fenixiniana.
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Bad, bad girls, come with me, come with me!
Fotos: Getty Images
Sim, vou ficar em casa, sim. Não, não vou passar o final de semana fora. Queria muito ver minhas amiguinhas de quatro anos, minhas pequenas queridas, mas vou continuar recolhida. Convalescença. Repouso pós-cirúrgico: se mexer demais, estouram os pontos, sangra tudo de novo, infecciona. E tudo o que mais preciso na vida é iniciar a semana forte, descansada, invulnerável.
Foram balas demais trespassando o meu corpo em exatos 365 dias. Foi dor demais, foi aprendizado demais, foi muita preocupação com os outros e comigo nada. São exa(us)tos 365 dias de tiros covardes, dados pelas costas; de cenas de umbiguismo explícto, de tentativas de elevar o espírito e sublimar o resto.
Sublimar o caralho. Chega de ser boazinha, chega de ser a bobinha de pink e tatuagem de bichinho. Vou entrar no ringue com pintura de guerra, vou atropelar quem estiver na frente, vou aplainar o terreno ao invés de adaptar a minha arquitetura a ele. Vou comprar uma patrola ao invés de uma moto, e vou brincar de Carmaggedon real. Vou marcar cada baixa no meu fuzil, vou ser condecorada ao final de cada batalha como a que mais exterminou o inimigo. Quem quer que seja o inimigo. Vou cuspir na cara dos cadávers que se fizerem ao chão pelo meu caminho. Vou escurecer os campos com o sangue dos outros. Versão brasileira de Arapusca, a Rainha Negra. Não tenho mais uma gota de piedade dos mais fracos. Ninguém nunca complacente comigo, é a ordem natural das coisas.
Não, não vou arranjar desculpas. Não estou bem e acabou.
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Pronto: virei serial killer!
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Pra ninguém dizer que sou só mal humorada.
Clique, oras!
Na Lata
Gêmeos
Sua leveza de espírito é a única garantia de estar presente no lugar certo, na hora certa onde acontecem as coincidências. Apesar das críticas contrárias ao espírito infantil, é por causa dele que a felicidade é garantida.
Na boa, eu tive essa respota ontem...
***
Segundo Tempo
Hoje é 3 de janeiro. Do mesmo horóscopo:
Embora as pessoas critiquem a tendência infantil de suas atitudes, é por causa delas que as coincidências beneficiam mais você do que a elas, que acham que amadurecer é o mesmo que envelhecer. Preserve a leveza.
QSL, TKS dobrado!
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Sadness #1
Roubado daqui:
Um belo trecho
" Quem poderia fotografar, registrar, tatear o instante em que algo se rompe entre duas pessoas? Quando aconteceu? de noite, enquanto dormíamos? Agora, quando vim ao consultório? Ou muito, muito tempo atrás, apenas não percebemos?
E continuamos a viver, a falar, a nos beijar, a dormir juntos, a procurar a mão do outro, o olhar do outro, como bonecos animados que continuam a se movimentar ruidosamente por um tempo, mesmo estando a mola de seu mecanismo quebrada... O cabelo e as unhas do morto continuam a crescer, talvez as células nervosas ainda sobrevivam quando os glóbulos vermelhos já estão mortos...
Nada sabemos. O que posso fazer agora? Que refletor devo acender para encontrar nessa escuridão, nessa trama, aquele momento único, aquele milésimo de segundo em que algo cessa entre duas pessoas?"
(Sándor Márai)
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— O que é pior nessa história toda?
— O pior é deixar de me ver no espelho dos olhos dele — Sarita nem pensou na resposta. Estava pronta, à espreita. — Deixar de enxergar as coisas boas que ele via em mim — ela passou para trás da cadeira, fugiu de meu ângulo de visão e tentei adivinhar o que lhe ia pelo coração, através das modulações da voz.
— O pior é acreditar que a gente não é capaz — ela quase sussurrou. — Fiz tudo o que se pode fazer, quis morrer de fome, enlouqueci, arrastei a cama pra porta do quarto, pra evitar que ele escapulisse na calada da noite, cantei meus boleros, tomei remédio pra dormir — tomo remédio pra dormir — engordei, emagreci, pensei em morte, pensei que tudo podia voltar a ser como antes, depois, percebi que já não conseguia ver nada no espelho dos olhos dele, a não ser o meu próprio avesso.
Miguel Falabella
*******
Pior não é desistir de um sonho. Pior de tudo é quando você desiste de você mesma.
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Olha lá, vai chegando a segunda feira, se arrastando que nem cobra pelo chão. Deus, desculpa por estar reclamando, mas, caralhos, eu não queria trabalhar semana que vem! Mas por outro lado pode ser o bálsamo para as minhas costas laceradas. E rezar para que as coisas não recomecem pelo caminho errado.
Gêmeos
Sua leveza de espírito é a única garantia de estar presente no lugar certo, na hora certa onde acontecem as coincidências. Apesar das críticas contrárias ao espírito infantil, é por causa dele que a felicidade é garantida.
Na boa, eu tive essa respota ontem...
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Segundo Tempo
Hoje é 3 de janeiro. Do mesmo horóscopo:
Embora as pessoas critiquem a tendência infantil de suas atitudes, é por causa delas que as coincidências beneficiam mais você do que a elas, que acham que amadurecer é o mesmo que envelhecer. Preserve a leveza.
QSL, TKS dobrado!
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Sadness #1
Roubado daqui:
Um belo trecho
" Quem poderia fotografar, registrar, tatear o instante em que algo se rompe entre duas pessoas? Quando aconteceu? de noite, enquanto dormíamos? Agora, quando vim ao consultório? Ou muito, muito tempo atrás, apenas não percebemos?
E continuamos a viver, a falar, a nos beijar, a dormir juntos, a procurar a mão do outro, o olhar do outro, como bonecos animados que continuam a se movimentar ruidosamente por um tempo, mesmo estando a mola de seu mecanismo quebrada... O cabelo e as unhas do morto continuam a crescer, talvez as células nervosas ainda sobrevivam quando os glóbulos vermelhos já estão mortos...
Nada sabemos. O que posso fazer agora? Que refletor devo acender para encontrar nessa escuridão, nessa trama, aquele momento único, aquele milésimo de segundo em que algo cessa entre duas pessoas?"
(Sándor Márai)
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— O que é pior nessa história toda?
— O pior é deixar de me ver no espelho dos olhos dele — Sarita nem pensou na resposta. Estava pronta, à espreita. — Deixar de enxergar as coisas boas que ele via em mim — ela passou para trás da cadeira, fugiu de meu ângulo de visão e tentei adivinhar o que lhe ia pelo coração, através das modulações da voz.
— O pior é acreditar que a gente não é capaz — ela quase sussurrou. — Fiz tudo o que se pode fazer, quis morrer de fome, enlouqueci, arrastei a cama pra porta do quarto, pra evitar que ele escapulisse na calada da noite, cantei meus boleros, tomei remédio pra dormir — tomo remédio pra dormir — engordei, emagreci, pensei em morte, pensei que tudo podia voltar a ser como antes, depois, percebi que já não conseguia ver nada no espelho dos olhos dele, a não ser o meu próprio avesso.
Miguel Falabella
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Pior não é desistir de um sonho. Pior de tudo é quando você desiste de você mesma.
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Olha lá, vai chegando a segunda feira, se arrastando que nem cobra pelo chão. Deus, desculpa por estar reclamando, mas, caralhos, eu não queria trabalhar semana que vem! Mas por outro lado pode ser o bálsamo para as minhas costas laceradas. E rezar para que as coisas não recomecem pelo caminho errado.
quinta-feira, janeiro 01, 2004
Desta vez não foi Naked New Year: foi Sleeping New Year!
Dormindo, mesmo, fugindo, escapando, anulando ou qualquer que seja o nome que receber. Dei um sorrisinho quando começaram os fogos, e quando acordei decentemente, sentei na cama e de lá mesmo assisti ao show pirotécnico do Farol da Barra.
Sucesso, seres humanos, sucesso para todo mundo! Tenham boas ressacas, comprem um cãozinho para que alguém fique feliz quando vocês chegarem em casa. Sorriam ao telefone, tomem mais água, usem menos drogas, mas não parem com nada. Sejam felizes, e que sejam doces, que sejam doces, que sejam doces todos os dias do ano, todos os anos das suas vidas!
********
Resoluções de Ano Novo
.esquecer o Fulano
.não ceder aos encantos do Fulano
.ver mais o meu Guilherme (só lembrei porque estou com ele ao telefone)
.não me apaixonar pelo Fera
.continuar saindo com o Fera
.APRENDER A ASSUMIR COMPROMISSOS A LONGO PRAZO!!!
.comprar uma moto
.viajar de moto uma vez por trimestre
.parar de rosetar
.ser mais séria com as pessoas
.colocar um piercing
.ser mais feliz
Dormindo, mesmo, fugindo, escapando, anulando ou qualquer que seja o nome que receber. Dei um sorrisinho quando começaram os fogos, e quando acordei decentemente, sentei na cama e de lá mesmo assisti ao show pirotécnico do Farol da Barra.
Sucesso, seres humanos, sucesso para todo mundo! Tenham boas ressacas, comprem um cãozinho para que alguém fique feliz quando vocês chegarem em casa. Sorriam ao telefone, tomem mais água, usem menos drogas, mas não parem com nada. Sejam felizes, e que sejam doces, que sejam doces, que sejam doces todos os dias do ano, todos os anos das suas vidas!
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Resoluções de Ano Novo
.esquecer o Fulano
.não ceder aos encantos do Fulano
.ver mais o meu Guilherme (só lembrei porque estou com ele ao telefone)
.não me apaixonar pelo Fera
.continuar saindo com o Fera
.APRENDER A ASSUMIR COMPROMISSOS A LONGO PRAZO!!!
.comprar uma moto
.viajar de moto uma vez por trimestre
.parar de rosetar
.ser mais séria com as pessoas
.colocar um piercing
.ser mais feliz
ANCHIETANOS, ENFIM!!!
Foto: Jorge Furtado
Finalmente descobri que o Jorge Furtado é o diretor do mais belo episódio da Comédia da Vida Privada. Anos, anos depois de me apaixonar pelo roteiro, pela composição dos personagens, pela história, consegui descobrir que "Anchietanos" foi concebido para ser um longa, e que depois foi transformado em episódio para a Globo.
A grata surpresa foi reconhecer o Bruno Garcia como vértice do triângulo amoroso que ainda tinha Murílo Benício e Andréa Beltrão. Minha memória não chegava a tanto, claro.
O que fiz? Depois de vascular a Internet inteira atrás do roteiro de "Anchietanos", mandei um email pra Casa de Cinema de Porto Alegre pedindo, implorando, rastejando por uma cópia do roteiro produzido. Zente, amanhã é Ano Novo, será que eles vão negar o pedido de uma pobre mocinha que se apaixonou por toda uma estrutura narrativa?
Em tempo: clicando na foto, você cairá direto na "Ficha Técnica" integral do capítulo. Pra quem — como eu — é apaixonado pelo "fazendo" tanto quanto pelo "pronto", vale a pena.
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I think now, looking back, we did not fight the enemy, we fought ourselves - and the enemy was in us... The war is over for me now, but it will always be there - the rest of my days.
Oliver Stone - Platoon
E uma das maiores lições da minha vida começa agora: como passar incólume... Agora é que vou saber se deixei de amar, e acho que não deixei, se ainda existe lágrima a ser derramada. Quero saber se a bala que me entrou pelas costas ainda dói, ou se só cutucando com a ponta dos dedos nas costelas eu sinto uma memória na pele. Quero saber se ainda sangro, se ainda odeio... Não vou muito longe: como eu reagiria se ele hoje voltasse pra mim? Quereria eu? Não, Daniela??? Mesmo???
Que seja doce, que seja doce, que seja doce...
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