sábado, janeiro 03, 2004

Copy and Paste de novo

Desta vez, do delicioso, singelo, bem-humorado M. Valois:

Um pequeno mantra dance:

Tudo vai dar certo
Tudo vai dar sorte
Tudo vai ser bom
Tudo vai ser forte



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Neguei um pedido de seqüestro. Vou ficar aqui, procurando mais um livro de 400 páginas por dia para poder fazer alguma coisa além de dormir. Vou deixar minhas pequenas aproveitando os suaves e longos dias de infância, sem ter uma tia Dani lamurienta por perto. Tia Dani escondida entre as sombras, empunhando um cigarro para se defender do mundo, puta de reality show de vestidinho e óculos escuros, a falar mal da vida.

Bela espada que resolvi usar para lacerar os dissabores. Espada branca que se desfaz a cada dez minutos. Única arma que perde a têmpera durante a forja. Talvez por isso eu continue sendo atacada, e me esconda atrás do sono initerrupto, do suor ácido que escorre garganta abaixo, azedando o meu paladar anestesiado. Meu sabre é uma farsa fenixiniana.

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Bad, bad girls, come with me, come with me!


Fotos: Getty Images

Sim, vou ficar em casa, sim. Não, não vou passar o final de semana fora. Queria muito ver minhas amiguinhas de quatro anos, minhas pequenas queridas, mas vou continuar recolhida. Convalescença. Repouso pós-cirúrgico: se mexer demais, estouram os pontos, sangra tudo de novo, infecciona. E tudo o que mais preciso na vida é iniciar a semana forte, descansada, invulnerável.

Foram balas demais trespassando o meu corpo em exatos 365 dias. Foi dor demais, foi aprendizado demais, foi muita preocupação com os outros e comigo nada. São exa(us)tos 365 dias de tiros covardes, dados pelas costas; de cenas de umbiguismo explícto, de tentativas de elevar o espírito e sublimar o resto.

Sublimar o caralho. Chega de ser boazinha, chega de ser a bobinha de pink e tatuagem de bichinho. Vou entrar no ringue com pintura de guerra, vou atropelar quem estiver na frente, vou aplainar o terreno ao invés de adaptar a minha arquitetura a ele. Vou comprar uma patrola ao invés de uma moto, e vou brincar de Carmaggedon real. Vou marcar cada baixa no meu fuzil, vou ser condecorada ao final de cada batalha como a que mais exterminou o inimigo. Quem quer que seja o inimigo. Vou cuspir na cara dos cadávers que se fizerem ao chão pelo meu caminho. Vou escurecer os campos com o sangue dos outros. Versão brasileira de Arapusca, a Rainha Negra. Não tenho mais uma gota de piedade dos mais fracos. Ninguém nunca complacente comigo, é a ordem natural das coisas.



Não, não vou arranjar desculpas. Não estou bem e acabou.

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Pronto: virei serial killer!

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Pra ninguém dizer que sou só mal humorada.

Clique, oras!

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