sábado, dezembro 31, 2005

Mea culpa. Mea culpa. Mea maxima culpa.

Dezessete anos esperando por um evento, um Advento, um vento. E ele veio, e ele foi. E eu? Assino o fracasso.

Fracasso. Um retumbante dar-com-os-burros-n'água. Um naufrágio. Um afogamento em águas salgadas, ondas encapeladas que encobriram minha cabeça, e não me deixaram perceber que não havia terra firme. Não havia motivo, pois, para continuar brigando pela sobrevivência. Mas eu, burra, continuei aferrada à esperança como tábua de salvação. Burra, não vi que que a derrocada não era mais uma questão de se, mas de quando. E o quando veio.

Anos desperdiçados da minha vida, anos fazendo planos para uma temporada idílica num resort, com passarinhos cantando ao amanhecer, e o que eu tive foi uma escopeta de ar comprimido umas balas de sal grosso para acertar o traseiro das aves. Nunca houve, nunca existiu e eu, BURRA, achei que era vitoriosa.

Tudo o que consegui foi ser humilhada, escorraçada, traída, sacaneada, desrespeitada. E o pior: EU DEIXEI. Eu quase assinei uma carta-bomba, autorizando que ela mesma fosse enviada para mim. O que era sonho virou pesadelo, e quanto maior a espectativa, maior a decepção, maior a queda. Mas a decepção maior é comigo. Como é que que eu fui deixar isso acontecer? Como é que eu fiz isso comigo?

Logo eu, que sempre agi tão estoicamente? Logo eu, que sempre fui tão fleumática em relação aos mal-tratos? Logo comigo, que sempre ri de tudo antes que tudo rissem de mim? Parabéns, Daniela, você conseguiu seu maior fracasso. E a culpa foi toda minha.

Da próxima vez, eu tomo vergonha na cara e arranjo alguém que me respeite, que me dê algum valor, que me trate como um ser humano merece ser tratado. E talvez eu não me sinta esse lixo que estou me sentindo ao final de um balanço de todas as merdas que eu fiz e que fizeram comigo.

Tenha sempre cuidado com o que você deseja, porque Deus tem um senso de humor fora do normal, e te dá..

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