sexta-feira, junho 27, 2003

Existem duas maneiras de fazer um trabalho tecnicamente perfeito: com raiva ou com prazer. Por algum motivo que só os céus explicam, só consigo fazer o freelancer com um certo contratante pegando o caminho do prazer. Não que não exista a raiva que move pra frente: existe sim, e muita. Mas o clima que existe entre os outros 16 membros da equipe é tão bom, tão sintonizado, que fica difícil não pegar o embalo.

É delicioso quando a gente se entende só pelo olhar, quando a piada passa de um para o outro sem que precisemos abrir a boca. As risadas em cima do palco são partilhadas, o trabalho flui melhor, nota tocada parece que nos entrelaça ainda mais. Estou falando de amor, mas não amor romântico. É amor pelo companheiro de trabalho, é amor pelo que o grupo significa, é amor pelo que cada um significa pro grupo.

O carinho que havia entre nós — e que embalou todos os cinco dias de viagem — fez com que os solavancos da estrada fossem esquecidos, bem como o frio, o quarto ruim, o cachê mediano. Fomos mais que família nesses cinco dias: família a gente tem vontade de mandar explodir de quando em quando. Fomos mais que isso: fomos amigos.

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Tem uma música chamada Zouk da Lourinha que é ruim demais. Que fazer, entretanto, se eu adoro de coração esse forrozinho? Fazendo esse freelancer há mais de um ano, sempre páro tudo para ouvir quando a banda começa a tocar.

Desta vez, porém, acho que a magia se apagou. Continuo gostando, mas alguma coisa se perdeu. Não sei se o sorriso que precedia as frases geniais de bateria... Realmente não sei. Acho que falta mesmo eu ser a única lourinha para quem aquela música foi tocada. Além de não ser mais lourinha, não sou mais a única.

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E claro: bati lona ontem. Febrezinha chata, sono agitado, congestionada...


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