terça-feira, janeiro 21, 2003

Acordei com uma lembrança. E um plano.

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Lembrança de um par de olhos que sorriem pra mim da tela do computador. Lembrança de um piercing mínimo no nariz, lembrança da boca bem-feita, lembrança de uma estrela d'água. Eu quase adivinho o seu cheiro, mas a sensação é fugaz. Seu gosto é quase uma lembrança, quase familiar, ao invés do exercício de sonhar. Quase sinto a textura da sua pele sob as minhas mãos. Quase...

Quase.

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Inconformada com os maus resultados do último trabalho, venho arquitetando saídas honrosas para enfim deixar a consciência em paz. Acordei com o plano do próximo trabalho pronto, pronto. As imagens desfilavam diante dos meus olhos, exatamente como seriam. Seriam, futuro do pretérito mesmo. NÃO VOU FAZER ESSE TRABALHO!.

A decisão foi ponderada quase em excesso. Minhas fichas estão em jogo, e a roleta já está rodando. Mesa de bacará onde estão em jogo mais do que simples cacifes. Estranhamente, nada há a ser perdido. Muito há a ser ganho. Não existem losers nessa história. Não há duplo Zero. Só números pares, vermelho e preto.

Não só por isso não aceito o próximo trabalho. Não aceito pq tudo na vida tem um limite. Só por isso.

Minha dívida está quitada.

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