Insône. Estúpida insône. Estúpida e insône.
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São 07:05, 10:05 hora Zulu (um dia eu conto essa história da "hora Zulu", mas por enquanto leia-se GMT) e as minhas angústias me expulsaram da cama. Tenho meio maço de cigarros à minha frente, sinal de que a outra metade virou fumaça em algum lugar desta madrugada. Entre cochilos e linhas lidas, meu tormento aparecia como segunda voz da consciência.
Alguém anotou a placa da patrola? Não?
O que sobrou do "atropelamento" emocional desta noite foram alguns músculos doloridos, um cinzeiro abarrotado com restos de cigarros que apontam para mim, como dedos a me acusar do crime que ainda não cometi.
Um longo email-desabafo, um copo de chá gelado, horas de pensamento sem fio de condução, e vejo o sol cumprindo sua função de juiz. Dessa vez, não das atitudes impensadas, mas sim das decisões longamente ponderadas. Para o bem ou para o mal, minha decisão está tomada, e é irrevogável. Irrevogável como são as minhas leis: quem as faz sou eu, quem as quebra sou eu também.
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Dilema profissional para mascarar a dúvida pessoal. Nem sei mais o que sou, o que quero, o que pode dar certo. Deve ser a lua nova, que faz crescer as marés e as lágrimas dos meus olhos. Lua mexe com as águas.
Acho que estou cortando laços inconscientemente. Estou andando temerariamente por cima da fina camada de gelo-equilíbrio que passei os últimos dois anos construindo. Dane-se se ela quebrar. Estou pronta para o que está por chegar. O que quer que seja.
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07:27. Apagar o último cigarro da noite, tentar dormir. Fim da transmissão.
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