terça-feira, abril 20, 2004

De um postulante (desclassificado) ao cargo de "Namorado da Daniela":

— Nãaaaaaao, você que me liga...

Péeeeein! Resposta errada, pequeno gafanhoto! Eu não ligo mais. Quero ser cortejada, mimada, bem cuidada. Cansei de tomar as rédeas, de tomar a frente, de tomar na cara. Esse hábito de produtora que tem que resolver tudo em tempo recorde vai se desenraizar nem que seja na marra.

Eu não ligo mais, não cortejo, não mando flores, não escrevo textos desesperados, cartas incoerentes. Agora eu quero música composta pra mim, poesia na caixa do correio, flor roubada, ligações para dizer que está com saudade, mensagens de texto. Eu só faço na conta da reciprocidade. Mas tomar a dianteira? Chega!

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Na verdade, estou ouvindo a música que um amigo querido fez pra ex-mulher, música das mais lindas, e que nunca consigo escutar por menos de uma hora. A culpa é dele e do seu romantismo desapegado.

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Uma longa conversa com a Ti, e os pés no chão de novo. Pés lacerados, sangrando do caminho errado que eu escolhi.

— Dani, cuidado, eu não ouvi nada nas entrelinhas, mas você não me contou a história toda.

Eu sei, Ti, mas acho que eu ouvi, sim. Foi bom ter falado contigo, foi bom ter de novo o seu bom senso, e foi melhor ainda dar pitadas de racionalismo na sua história. Minha irmã separada no nascimento, tequinho mais velha que eu, tão iguais que somos nas experiências, nos tempos de reação. Saudade, minha irmãzona, saudade de você, do Quibeiro... E prometo que vou tomar cuidado com as entrelinhas escritas por linhas tortas!

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E aí eu murchei, qual flor sem água. E aí resolvi ficar em casa, preparando meu espírito pros próximos dias. E ainda perdi a hora de ir ao cinema.

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