domingo, maio 26, 2002


Delay... É que dormi o sábado inteiro, e passei a noite de ontem brigando com o ICQ da Verena (ela lá, eu cá). 4 horas depois da primeira tentativa (e nós no telefone)/, descobri que tinha um firewall instalado na máquina dela. Tentei descobrir qual era o firewall, não consegui, desisti. Quando eu avisei q estava jogando a toalha, um milagre aconteceu: o ICQ conseguiu se instalar!

Tudo OK? Não. Minha conexão, neste momento, se desfez, e nem um frango na encruzilhada fazia com q ela voltasse. Voltou. A luz caiu. Minha lanterninha de trabalho já estava pendurada no pescoço e foi acendida. A luz voltou. Vamos voltar pro ICQ? Agora não dá mais pq aconteceram fenômenos paranormais no quarto onde estava o computador dela. 3 batidinhas na janela (ela mora no sexto andar!!), parava. 3 batidinhas na parede (E ESSAS EU OUVI!!!), parava. Quando as 3 batidinhas vieram de dentro do armário, ela desligou o computador e saiu correndo do quarto. Mais meia hora no telefone, a luz caiu de novo. Voltou. Dormi.

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A sexta feira terminou da maneira mais saborosa: saí, ouvi boa música, tive boa companhia... Falei com Samuel no início da noite e ele me disse que ia tocar no Quereres, Pelourinho. Perguntou se eu queria ir e disse que me deixava em casa na volta. Topei de caras, mas fui desanimando ao longo da noite... Léo veio pra cá, ficamos no ICQ com Zeba e Mingau, e chovia pacas.

Lá pelas 10 e meia, larguei Léo no computador, entrei no chuveiro, me arrumei, e ganhei a rua. Ganhei mesmo!!! Saí pelo Pelourinho palmilhando as poças d'água, fingindo desviar, correndo na chuva e levantando a cabeça para receber água no rosto. Cheguei no Quereres encharcada, feliz, viva. Eles ainda não tinham começado a tocar, e consegui dar um abraço no Samuel antes. Processo, baixista da Setembro, puta banda de funk, tb toca com a Cláudia (gente, como sou ruim para sobrenomes!). Desde o "Julho em Salvador" que a gente não se via. Conversamos um pouquinho e eles foram pro palco.

Em definitivo, Samuel é O CARA na bateria. Puta Que Pariu F.C.!


(Pausa para o café: ESTOU OUVINDO JAMMIL!!!!! Tá, eu tenho o CD, gosto pra caramba dos caras, e tem Soberano, música do caralho da época em que eles se chamavam Diário Oficial e tocavam rock and roll...)


Voltando...

Gente, bateria não é um instrumento a ser tocado com delicadeza. Bateria deve ser espancada com o corpo e com a alma, com emoção, sentimento, com paixão. E ele dá isso tudo num show, seja num palco com um metro de fundo, dois de frente, seja num palco com praticável pra bateria, fresnel especial pra ele, 20 mil pessoas.

Samuel toca na banda de GR, e como passo o show inteiro no palco, tenho facilidade para acompanhar cada detalhe que as vezes o público deixa passar batido. Vejo cada segundo de entrega, sinto as variações de música pra música, degusto cada expressão de contentamento, saboreio quietinha o ar de triunfo no rosto, causado pelo prazer meio selvagem de novamente precisar contar com a destreza, a habilidade do corpo, para cumprir uma missão.

Sempre foi assim, desde a época da Kenny in Hell (Felipe, que entrou de gaiato no navio; Léo, que veio aqui sexta; Metade, baixista-cartunista; e Mel; baterista.). Mesmo na época d'Osparetto, quando não rolou show nenhum, eu ficava meio besta olhando pro Lucas solando a guitarra, pro Rick na bateria (discutindo comigo se a bateria do refrão de "Eu", do Pato Fu, era em punk ou rock. Ganhei. Ficou punk. ). Aliás, bateria, pra mim, é O instrumento.

Terminado o show, a gente conversou um pouquinho, trocamos histórias ambientadas no Quereres. Lá eu tive uma das melhores surpresas de toda a minha vida profissional. Chovia pra caralho, e eu tinha pego o maldito plantão de segunda-feira a noite, e três pautas. 2 no Teatro Castro Alves, que matei numa sentada só, e uma no tal bar, com uma banda de pop. Mais uma, pensei.

Quanto engano... A matéria, q eu tinha pretensões de concluir em meia hora e ir embora, levou dez minutos mais que o previsto. Mas eu fiquei 3 horas conversando com os meninos da banda, sentados no palco minúsculo. Terminamos a entrevista, o bate papo, e descobri que eles ainda iam pegar estrada para Feira de Santana, 100 km daqui, numa kombi (nunca confiei em kombis. Falta estabilidade naquilo ali...). Saí de lá fã, passei a frequentar todos os shows que podia, vi a Geração Nômade crescer. Lançaram o primeiro CD há pouco tempo, e tenho um tremendo orgulho deles. Como mãe tem de filho que se alfabetiza.

Bem, o fim da noite: nos perdemos em reminiscências, Samuel desceu pra carregar o carro com a bateria. Fomos deixar o roadie dele em casa, ele me deixou aqui, sem saber do presente que tinha sido pra mim ter ido ao show deles naquele dia. Acho q não agradeci direito...

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Estou tão chata esses dias, né? Posts compriiiiiiiidos, auto-referenciais, movidos pela emoção... Até eu tô sentindo falta do meu habitual cinismo...

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Faltam 20 dias!!!



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