terça-feira, maio 14, 2002

Tem reunião, não tem reunião. Tem reunião, não tem reunião.

SE TIVER REUNIÃO, EU NÃO VOU!

Isso foi ontem à noite, depois de um impasse mexicano. Não consigo falar com GR, os músicos me ligam pra confirmar ensaio, para pedir notícias de cachê... Que porra, informação é a minha matéria prima. Se eu falhar nisso, não tenho função absolutamente nenhuma, é melhor fazer Direito e ser sócia do Guilherme daqui a uns poucos anos. E fazer o que sempre planejei pra minha vida: seis da tarde fecho o escritório, junto uns bons amigos, daqueles que chegaram com a gente até ali, coloco Collin Hay cantando "Into my Life", abro um whisky e jogo a tampa pela janela.

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Pimentinha é um bar que só abre às segundas feiras. Pra entrar, vc recebe um descarrego com folhas de arruda e benzedura. O bar, mesmo, é um "cacete-armado", expresão baiana das que mais gosto, que significa armegue. Tudo desparelhado, um monte de coisas penduradas nas paredes, uma privada com uma escultura de um cocô que quase merece ser chamado de doutor, tamanha imponência. Putz, o Pimentinha é um estudo sociológico.
E deu certo. Esse show de "excentricidades" fez com que fosse um bar badalado. Outro item que fez com que ele se tornasse o sucesso que é é o fato de abrir segunda feira, dia que a galera (músicos, produtores, estrelinhas), que voltou de shows no final de semana, tem para curtir realmente.
Fui parar lá, ontem. Precisava respirar o mesmo ar de pessoas de sucesso, de bem com a vida, sem encheção de saco. Queria ver gente que usa pink com verde cana e funciona (tá, eu fiz funcionar, ficou tudo na minha vida. Quebrei com o preto, claro!)
Recomendo? Não sei ainda.
1. Fui com Lucas, Anne e Maynard (Lucas foi meu guitarrista n'Osparetto, Anne veio na leva e Maynard é um amigo dele pra cuja cama pulei depois de uma dispensada que levei de um falecido aí. Claro que broxei, não deu (dei) em nada, mas ficamos amigos.). Papo mais cabeça do que com as paquitas amigas do Lucas. Então já desviou um pouco a atenção do ambiente.
2. Música ao vivo. Voz e violão. Predicado pra uns, defeito pra outros. Quer me ver doente é me fazer ouvir aquelas mesmas musiquetas de bar: Dia Branco, Lilás, Se, Oceano... Valei-me, Nossa Senhora das Produtoras! Lá pelas tantas (não antes de duas da matina) eles começaram a atualizar um pouco o repertório. Tocaram alguma coisa do Barão Vermelho (eu acho), algumas coisas da fase hype dos Paralamas do Sucesso... E ficou melhor quando os músicos presentes fizeram uma quase jam, improvisando vocais, baterias e percussões nas mesas e cadeiras. Mas durou pouco.
3. Uma arara me encarando. Viva. Mais uma das minhas muitas particularidades é que tenho pavor de qualquer coisa q tenha bico, penas e asas. Ela ficava pendurada na parede do banheiro, e nas três vezes que fui ao reservado, fiquei dividida entre mirar o vaso sanitário (façanha que qualquer mulher sabe ser um exercício de contorcionismo) e encarar a arara, com medo de que ela se jogasse em cima de mim, me mordesse, me arranhasse, me furasse os olhos, emaranhasse no meu cabelo... Ganhou a arara.
4. As pessoas tem mania de tentar extorquir as outras. 4 whiskies de 5ª , 3 pepsis light, 4 couverts artísticos (2 reais cada): 34 reais. E cadê a conta discriminada? A conclusão da história é que o garçom tem o número 34 como de sorte e cuspiu na gente pra ver se colava.
Fora isso, o cadápio que ele nos deu tinha preços menores que os cobrados pelo bar na realidade. E ele ainda foi ligeiramente estúpido. Se foda, depois de muito discutir, pagamos a conta com o preço do nosso cardápio. Total (com 10%): 29 reais.

Mas o Pimentinha é bacana. Vou tentar semana que vem de novo. Outra mesa, outro garçom, longe da arara, mais tarde, pra pegar a galera descoladinha fazendo uma jam mais atualizada.


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