quarta-feira, maio 15, 2002
Jejum prolongado mata? Bem, se esse blog sofrer uma interrupção repentina, a resposta é sim.
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Chutei o pau da barraca, arrumei meus alfarrábios e fui à praia. Tarde psicodélica, com Verena. A conversa foi do druídismo ao Freud, passando pelo gostosinho de cavanhaque e sunga preta, que ficou imitando Johnny Bravo a tarde inteira, e terminando nas crises existenciais desta que vos escreve (juro, foi pouquinho. A Verena tinha crises mais existenciais que as minhas..).
No pôr-do-sol, a turma do lado aplaudiu, tal e qual nos remotos anos 90 no posto 9. Quase me entusiasmo e acompanho, mas meu anjo da guarda segurou minhas mãos a tempo. Ufa... Cheguei em casa com a lua no céu, tomei um banho e fiquei no dilema deitar um pouquinho ou não.
Sono não tem sido meu top of mind. Problemas demais, depressão maior ainda, tudo de noite parece pior. Tenho duas rodelas pretas embaixo dos olhos, podia até fazer par romântico com Benício del Toro (o quê? Irmã?? Ah, não, assim eu não quero!). Espírito de porco do jeitinho que sou, ia acabar ferrando no sono, acordando só amanhã.
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Qual o problema de dormir até amanhã? Super acontecimento na minha night de quarta-feira!
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Reunião de produção, essa estranha entidade que faz meu coração disparar. Finalmente consegui MARCAR um evento agregatício para hoje, ao soar da 21ª badalada do relógio, na casa do nosso mui estimado pagador (hã?). É claro que nem por um doce (Danieeeeeeela, isso é produto da sua imaginação...) eu estarei lá no horário. Uma coisa que aprendi é que NINGUÉM consegue ser pontual nesse meio. E vamos rezar ao Todo-Poderoso, presente em todas as coisas, para que as pessoas não terminem o happening se maltratando...
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Tenho a séria impressão de que nunca mais vou conseguir amar de novo.
Não as minhas famosas paixonites, que ardem respeitando o princípio da catálise (quanto mais rápida a reação chega ao ápice, mais rápido ela termina).
Amor, amor mesmo, que respeita individualidades, que nos permite amar até os defeitos, que quer o bem para o outro, que é cúmplice, que não comporta ciúme, que deixa nossa vida de cabeça pra baixo no espaço de seis horas, e mesmo assim o fim do dia (e o início da transformação) nos pegam com um sorriso satisfeito.
Não me sinto mais habilitada a viver minha vida dessa maneira. Secou, perdi o jeito, não acredito mais, não sei.
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Vou deixar pra ler Miguel Falabella na volta. Quero estar sozinha para me debulhar em lágrimas. Ou pelo menos tentar.
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"Sentimentos tão poderosos que só poderiam ter vindo de Deus levaram aos atos mais fortemente condenados pela Sua palavra."
Judith Rossner, extraído do livro "Emmeline".
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