sexta-feira, outubro 05, 2007
Follow the cute white rabbit
Antes das sete eu já tinha me arrumado, arrumado a Lourinha e despachado, separado uma pilha de roupa suja (espalhada pelos quatro cantos da casa. Sabe como é, roupa de criança, de mãe desorganizada...), fumado um cigarro, colocado a roupa na máquina.
Antes do café da manhã já tinha fechado os olhos e acreditado em seis coisas impossíveis. Cortem as cabeças!, e bem antes das oito eu me vi acordada na aula, sem saber como tinha chegado lá, como saíria de lá, o que deveria fazer dali por diante, e a que horas era o chá. Passou o Coelho Branco — muito cheiroso e bonito, aliás, de calça de alfaiataria e camisa listrada —, me pareceu correto segui-lo, e asim o fiz. Era isso.
Corre pra casa, estuda, trabalha, responde email, telefonema, acerta mais trabalho, corre atrás da Lournha pro binômio almoço x colégio, e todas as implicações. Loura pra escola, estuda, estuda, trabalha, trabalha, trabalha, estuda mais, banho, jantar da Pequena, rua, aula, aula, aula.
E quando me dou conta do dia, atento para o pobre do professor-gato, tão cansado ou mais que eu, com o olhar meio esgazeado, e eu não sabia se aquele olhar cansado era dele ou meu.
Voltei flanando como Baudelaire (ou Baudrillard? Flanair era de quem?), pensando num convite para o Japa, puxada para casa pela força centrípeta, depois de tanto rodar dia afora.
— Vou ficar em casa!
Revoguei todas as disposições em contrário, mergulhei escadaria do prédio abaixo e tirei as lentes.
Game over.
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Um dos dez horóscopos que leio todo dia me disse hoje que eu deveria inisitir no mesmo par antes de partir para outro.
Xingo ou agradeço o conselho?
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Minha filha, obrigada por, de uma maneira muito indireta, ter-me reconduzido ao caminho do qual eu jamais deveria ter me afastado.
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