quarta-feira, outubro 04, 2006

catarse (ss)
[Do gr. kátharsis.]
Substantivo feminino
1.Purgação, purificação, limpeza.
2.Med. Evacuação, natural ou provocada, por qualquer via.
3.Psicol. Efeito salutar provocado pela conscientização de uma lembrança fortemente emocional e/ou traumatizante, até então reprimida.

Estou ouvindo TODAS as músicas que eram "nossas", coisa que eu estava evitando para não sofrer mais. Estou REPETINDO as que eram mais nossas do que do resto do mundo. Li, sim, todos os horóscopos de hoje sobre ele e sobre mim. Falei dele, sim, pra minha melhor amiga. Minha fuga foi ouvir as rádios de rock pesado e punk no pandora. Acabei, pela primeira vez em sete dias, de fechar a janela do site e deixar só o WMP ligado. Estou com a pasta com as fotos dele aberta, e sim, estou vendo todas, uma por uma. Estou revendo os 17 emails que escrevi e não mandei. Os CDs que ele gravou pra mim, com as músicas que ele gosta, estão enfileirados na minha estação de trabalho, de frente pra mim. Eu não posso mais ter medo do que virá. Mode avestruz off.

Cansei. Chutei o pau da barraca. Se é pra ser, que seja. Se não for, eu tiro o meu time de campo DE VEZ. Sem MSN, sem email, sem telefonema, sem pedir notícias para os amigos em comum, sem pedir favores de trabalho, nada. Nada. Como se ele nunca tivesse existido. Eu idem. Vou juntar todos as memórias fisicamente juntáveis e colocar numa caixinha. Até a flor que ele me deu, e que está secando dentro do dicionário Aurélio.

Vou sumir e fazê-lo sumir. Assim, desse jeito, é que não dá mais, nessa angústia, nesse rodo cotidiano (olha, ainda faço piadinha!).

E Fideo del Este é triste, mesmo, certo?

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Antes de postar isso, eu vou fazer umas considerações. Em algum momento do dia eu me peguei pensando em só postar meus dissabores sentimentais no outro blog. Achava que estava aborrecendo meus 18 leitores. Desculpa, Fiel Leitor, mas vou continuar a postar aqui mesmo. Volto a repetir que este blog é meu, que blog é uma coisa pessoal e que vê quem quer. Vou continuar escrevendo que nem uma louca, porque é e sempre foi a minha maneira de expurgar sofrimento. Só muito recentemente passei a precisar falar também, mas escrever é muito mais forte que eu.

Esta é a minha história, e eu não vou contar nada engraçadinho SÓ para entreter. Não sou a Mulher Barbada do circo.

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