sexta-feira, agosto 22, 2003

E eu nem sabia que podia doer tanto.

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E doeu. Ele disse adeus, e nem foi a última vez. Ainda vai haver a última vez, e eu nem sei como vai ser. Hoje, Prozac na veia, e mesmo assim os olhos marejaram.

Ele vai embora, e eu que pensei que sabia tudo, mas se é você eu não sei nada. Impotente, insana, indócil, coloque o in que você quiser. Sou eu. Eu sem ele. Ele que vai, ele que oferece a casa pra errantes; para mim, que ofereço a vida em sacrifício, vestal virgemgêmeos. Para mim, que amo.

Amo, mas não vivo para. Amo, mas não somente. Amo, coração errado, amor que não veio só. Viciada, que treme só de pensar na vida sem. Na vida sem ele. Vida sem vida. Vida que vive de outra boca. Vida que vive embebedada noutro cheiro. Vida, que não é vida sem. Que nunca foi vida com. Que nunca será vida de novo.

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Achando, além de tudo, que a dor vinha só de um lado...

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E é claro que não vem. Vem de um lado conhecido, aceitável, e de outro que brigo para não existir. Dói mais por ter que extirpar do que pela dor que deveras sinto. Dói para extinguir porque amo demais, e viver sem não posso. Prefiro escolher a forma mais arriscada para perdurar. Porque sem ele não passo.

Briguei pra não me apaixonar. Não que ele fosse indigno; tampouco eu. Não quero blefar num jogo de royal flush com a mão de um par simples. Ou pior: uma combinação errada. Valete de paus com dama de copas... E cortem a cabeça!

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