quarta-feira, abril 14, 2004

Exausta. Remédio, fico grogue, apago. Durmo, durmo por etapas, que se deixam ver pelo calor. Começo coberta até as orelhas, e no último estágio, estou descoberta, com os pés frios.

Desculpa à única pessoa que sabe dos meus planos. Eu dei um furo hoje, mas você já tinha visto o quanto eu estava fora do ar. Apaguei. Acordei tarde, só pra trabalhar, e veja a hora: estou parando agora.

Desculpa mesmo, mas brigar contra mim eu não faço mais. Nem contra o que o meu corpo pede — me cobra a história do "ano e meio", você vai rir —, seja dormir, seja comer, seja dormir de novo, e mais, e mais. E nem brigo mais contra o que eu sinto. Só não sei o que vou fazer com essas novas informações. Acho que vou pro meu exílio voluntário esses dias. Fui limada do set daquele filme, e acho que tenho o resto da semana livre. Bastando abrir um sol, eu compro uma dúzia de livros, dou um telefonema e desapareço.

Ou isso, ou vou chutar o pau da barraca, dizer coisas que não quero, comprar brigas que não compensam, romper amizades, infringindo a minha lei número 1: gostar das pessoas do jeito que elas são. Sabe, o fato de ter metas não as transforma em sonhos. Eu nunca estive tão sem sonhos. E mesmo as minhas metas não são metas. São frutos da restrição: isso eu não quero, nem aquilo, nem este. Sobrou o que eu estou me esforçando para cumprir.

Estou cansada das pessoas me usarem para todos os fins, TODOS MESMO, estou cansada das pessoas acharem que a minha vida não depende de mim.

Mas deixa. Eu comecei só pra te pedir a enésima desculpa. Não faço nada deliberadamente para sacanear ninguém. Não tenho o menor orgulho em ser má. As coisas acontecem. Shit happens.

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