sexta-feira, abril 30, 2004

Já consegui colocar as lentes de contato e descer da cama para fumar um cigarro. Acho que há esperança de sobrevida.

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Nana, o cão agressivo, agora é a orgulhosa e rabugenta mãe de 24 sapatos, uma pilha de documentos velhos e um par de patins. Todos, mães e filhos, passam bem. Com exceção de quando preciso de um sapato, que ela choraminga como se eu tivesse maltratando os seus bebês. Mas a mim ela respeita, e no final descurte dos "filhotes" que estão comigo.

Sim, eu tenho uma cachorra que tem gravidez psicológica.

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Inferno é sentir dor e não saber aonde. É sentir que perdeu mas não saber o quê. É SABER que voluntariamente colocou um ponto final. É perder a fé em si mesma. É não conseguir chorar para deixar escapar a pressão que vai por dentro. É olhar pra trás e ver que nada valeu a pena. Nada. Absolutamente nada.

Ou como num conto do Stephen King, "inferno é a repetição".

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Vou fazer um esforço hercúleo e vou sair. Primeiro a negócios. Nada programado para a noite. Se alguma alma caridosa quiser me convidar para sair, prometo que escolho o melhor sorriso, as roupas mais bonitas e o olhar mais brilhante, tudo para ser digna de ter companhia. Prometo não fazer queixa, não ser rabugenta, nem ficar triste, amuada num canto. Já que eu perdi, e não sei o que perdi, que eu consiga achar alguma coisa para subsituir. Mesmo que seja fugaz.

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