sábado, março 27, 2004

I don't wanna play anymore.

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Esse não é o meu jogo. Não é o meu time. Não é a minha praia. Cansei do ritual nosso de cada dia: "Oi, eu sou a Dani, e você? Ah, que legal que você gosta de colecionar postais da Tasmânia. Eu? Coleciono fracassos. É, isso mesmo. Eu não emplaco um relacionamento. Por quê? Ora, ninguém me atura"!

Chega! Quero beijo com gosto conhecido, saliva doce, braço que eu conheça a curva exata onde cabe o meu rosto. Quero braços meus, onde eu possa, depois de tantos anos (com uma única raríssima exceção nesse interregno), confiar de olhos fechados. Mesmo. Dormir. Trocar a minha energia exausta da satisfação com outra igual.

Essas noites não foram feitas pra mim.

"Se foi feita pra mim
Por que vai partir assim
Sem pensar em voltar?
[Com tanto pra falar]
Você bem sabe"


Quero a paz do depois, quero a ânsia do antes, quero o fogo do durante. Quero a mão de posse na perna, quero pertencer. Sou uma, de um só. Nunca me adequei a ser de vários de uma tacada só. Desgasta, faz mal, não aprendi a fingir, a mentir, a enganar. Quero o beijo de boa noite no portão de casa, quero o homem bordado na pele como tatuagem.

Quero música partilhada, quero foto na carteira, carinho inconsciente durante a conversa com outros. Quero massagem nas costas, cumplicidade, dormir entrelaçada, acordar rindo, café da manhã frugal e jornais na cama.Quero segredo no olhar, piada interna, confissões na hora mais escura da madrugada.

Cansei. Essas noites de sexta, tampouco de sábado, nunca foram minhas. Minhas são as noites de domingo, de quarta-feira, de dia de ser feliz.

O B S C E N A M E N T E

F E L I Z !


Porque eu não tenho pudores de ser indecentemente feliz.

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"The Big Blue", do Eric Serra, me destrói. E eu roubei o cd do Emerson.

Justo. Ele me roubou o cd do Zero.

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Exílio. Rio ou Barra do Itariri. Com um dos irmãos (que eu amo, amo, amo, e não me é fácil admitir amor) ou com a irmã (que eu gosto muito). Ou fujo, ou não esqueço.

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Acho que você sempre teve razão. Ele sempre foi o meu amor. Sempre.

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O que não me impede de estar a beira de enlouquecer.

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