segunda-feira, março 22, 2004

Segunda-freak

Na mailbox:

"Greetings from Mr. Estrada"

DEUSES, O ERIC ME DESCOBRIU!

Eric Estrada foi o primeiro amor da minha vida. Sim, Fiel Leitor Novinho, você não tem como se lembrar do CHIPs, seriado do final dos anos 70, início dos anos 80. Moreno, braços fortes, caráter sólido, e eu com os primeiros sintomas da doença que ia me arrasar vida afora: paixão.

Hoje abro minha caixa e está lá o tal do email. Coração disparou! "Deus sabe o que faz! Esperei tantos anos e agora o Eric Estrada descobriu que me ama desde que eu nasci". Tá certo que ele já está beirando os 60, mas e daí? O que são 34 anos de diferença para o amor verdadeiro?

Anticlimax: Mr. Joseph Estrada quer me vender Viagra.

Não deixa de ter coerência: o próprio Eric já não deve estar com essa bola toda, mesmo...

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Nós temos muito em comum.

Além de todos os itens subjetivos, um ponto de convergência é muito claro e prático: a necessidade da dor física quando a alma dói. Não, não somos masoquistas. Somos racionais. É mais fácil lidar com a dor física do que com uma dor que a gente não entende o início, e não acredita no fim. E o tempo que levamos supervalorizando a dor física é o tempo necessário para calar a boca dessa outra dor intrusa.

Nós fazemos tatuagens. Eu coloco pierciengs numa data simbólica e o filho da puta leva dois anos até cicatrizar totalmente. E ainda dói. Ele esmurra paredes. E eu, dessa vez, fui mais sutil: dormi no sofá da sala.

Absolutamente tudo no meu corpo dói. Não só a orelha, não só a área da tatuagem. Tudo. Os braços, o pescoço, as costas, as pernas. A cabeça vai ser arrancada. Antes disso os olhos saem pulando da órbita. Cada vez que quis mudar de posição, tive que acordar. Uma doçura de noite.

Para hoje, ainda estou programanado mais alguma coisa. Vou refazer o olho de Thundera. Melhor: vou me matricular numa academia.

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