sexta-feira, novembro 23, 2007

There are places I remember all my life

Enquanto me afogo em papéis — e perco os mais importantes —, telefonemas e visitas, enfim consigo uma conversa civilizada no MSN com amigo E.

E nessa conversa eu disse pra ele que, mesmo com toda essa quantidade de perrengues, de indefinições do trabalho (um aparte: minha página inicial do Explorer é o Google personalizado. Um dos aplicativos que instalei foi um contador regressivo até o dia do evento. Há dias eu não deixo carregar a página toda para não ser lembrada de que o tempo está escoando, e que não existem definições), dessa minha pouco ordinária vida, eu HOJE tinha obrigação de ser feliz.

Passei a semana atormentando D*us por causa de uma questão pessoal e de ordem prática, e que não passa por dinheiro ou afetos. Mas atormentando mesmo, pedindo, implorando, dia após dia, noite após noite, em todos os momentos de silêncio.

O milagre começou a se contornar no dia de anteontem, e tomou corpo ontem. Eu o recebi de braços bem abertos, feliz, aliviada. E hoje, o dia da ressaca das coisas boas, não tenho o direito de deixar nenhum tipo de vicissitude me derrubar. Não é correto.

Certo mesmo é ser muito, muito feliz. Pelo menos hoje.

Qualquer coisa menos que a felicidade plena é ingratidão.

O.o

Mas estou chorando até em propaganda de sabão em pó, hoje.

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Durante os funestos anos da faculdade, fui apaixonada somente por um cara. Veterano, bonitão, simpático, e eu sempre achei que de um jeito ou de outro, ele me dava lá suas olhadinhas.

Ele se formou, eu não, mas saímos ambos do inferno, digo, faculdade. A vida empurra todo mundo de um lado pro outro, e nos encontramos muito pouco ao longo dos últimos dez anos. Nos vimos na Concha Acústica, eu subia logo atrás dele na escada, e dessa vez eu não achei que ele tivesse me sacado. EU TIVE CERTEZA.

E anteontem... Anteontem eu terminei a visita técnica, fui comer uma coisinha com a Sem-Noçao e o Diretor de Arte, e na volta passamos no Balcão para um único chopp — depois de toda a propaganda que eu fiz.

Ele estava estacionando e falando ao telefone, quando passei meus olhos nos dois homens que vêm na direção contrária à do Carro. Um deles, o tal colega de faculdade. Sai do carro na hora exata em que ele passou por nós.

Ah, e os olhos se grudaram, e não havia mais ruído na rua, nem amigo falando nem nada. Tinha sim, um tempo sanfonado entre eu e ele, dez anos que se comprimiram para voltar ao mesmo ponto em que começamos: aquela maldita festinha de calouros.

Ele continuou andando e olhando pra trás, andando mais um pouco, olhando, olhando. Quando me dei conta, meus olhos me traíam e eu não mais o via. Fiquei parada no meio da rua, fora do ar, com o coração martelando contra as costelas.

Amor de Baudellaire. Merde!

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O pior é que tenho o telefone dele. E o email. E o número do DRT. Não, não me pergunte como.

Ligar ou não ligar? E se ligar, o que dizer?

Um comentário:

Anônimo disse...

Não olha pro trânsito não, "dextá"... :D