quinta-feira, março 06, 2003

Da série Cenas que eu não preciso ver

A tartaruga — leia-se cágado — da Algas veio pra cá como macho. Lá pelas tantas, descobriu-se que era fêmea.

Hoje eu flagrei a tartaruga tentando copular com a almofada de areia que prende a porta para não bater.

Bizarro.

Ela oficialmente volta a ser macho.

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Uma cama macia, ombros largos, abraço apertado, bons ouvidos. Esqueci os percalços numa cama que me era desconhecida, mas de um acalento ímpar. Macia, me envolveu no abraço que eu tanto queria, e a almofada que acompanhava colocou minha cabeça no seu colo, acariciou os meus cabelos e me fez ver/sentir/ouvir que tudo ia terminar bem.

Jogando I Ching, tomando Coca Light, exercitando o meu lado Forest Gump. Noite com macarrão, termômetro alemão, incenso de baunilha. Perdida para chegar, como se o meu conforto precisasse ser procurado com mais dedicação do que um simples lançar de olhos pelos arredores.

A serenidade, o bem-estar e a paz de espírito não são tão acessíveis assim. Ficam no alto de uma ladeira enorme, virando à direita, num prédio azul e branco cujas cores você não consegue enxergar porque é de noite. Toque lá: apartamento 42. E reza pra os anjos da guarda não estarem com a televisão no volume máximo e o ventilador ligado. Feito esse caminho, certifique-se de achar as escadas. Não suba: desça. Achou?

O resto agora é contigo.

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Diálogo insano

Ela: "Fulano tem me ignorado. Será que eu beijo mal?"
Ele: "Ah, Fulano tem me ignorado também..."
Ela: "Ué? Você beija mal também?"

Cai o pano. Próximo ato.

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